PRESTON, UNITED KINGDOM - JANUARY 23: A man makes his way home at Preston bus station on January 23, 2005, Preston, England. Scientists from Cardiff University have worked out a formula to calculate that January 23 is the most depressing day of the year. The formula 1/8W+(D-d) 3/8xTQ MxNA where W is weather, D is debt, money (d) due on January's pay day and T is the time since Christmas, Q is the period since the failure to quit a bad habit, M for motivational levels and NA is the need to take action and do something about it. (Photo by Christopher Furlong/Getty Images) (Christopher Furlong/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2023 às 14h40.
Última atualização em 29 de maio de 2023 às 14h47.
A economia dos Estados Unidos, que já sofre com juros altos e um aperto de crédito, agora também enfrenta novos riscos com os cortes de gastos atrelados ao pacto sobre o teto da dívida.
O acordo provisório elaborado no fim de semana pelo presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, se aprovado pelo Congresso nos próximos dias, evita o pior cenário de um default e caos financeiro. Mas também pode aumentar os riscos de uma desaceleração na maior economia do mundo.
Os gastos do governo federal ajudaram a apoiar o crescimento dos EUA nos últimos trimestres, e o acordo deve, no mínimo, amortecer esse ímpeto. Duas semanas antes do acordo, os economistas já estimavam as chances de uma recessão nos próximos 12 meses em 65%, segundo enquete da Bloomberg.
Para os formuladores de política monetária do Federal Reserve, a restrição de gastos acordada é um novo fator a ser considerada quando atualizarem suas projeções de crescimento e juros, que serão divulgadas em 14 de junho, após a decisão sobre a taxa básica. O mercado de derivativos precifica manutenção na próxima reunião e um último aumento de 0,25 ponto percentual em julho.
O acordo sobre o teto “tornará a política fiscal um pouco mais restritiva, ao mesmo tempo que a política monetária já está restritiva e provavelmente ficará ainda mais”, disse Diane Swonk, economista-chefe da KPMG. As duas políticas estariam “amplificando uma à outra,” disse.
Espera-se que os limites de gastos exigidos pelos republicanos vigorem, na maioria, a partir do próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro. Mas é possível que alguns efeitos já se façam sentir antes disso, com menos assistência a vítimas de Covid e a eliminação gradual do programa de suspensão de pagamentos da dívida estudantil — um alívio importante para o orçamento de muitos americanos que financiaram seu ensino universitário.
Tobin Marcus, o estrategista sênior de política da Evercore ISI, também salienta que será importante avaliar até que ponto os limites de gastos são “artifícios”, já que os negociadores procuram superar as diferenças por meio de manobras contábeis.
Mesmo assim, com a expectativa de que os gastos para o próximo ano fiscal sejam mantidos em torno dos níveis atuais, qualquer restrição imposta pelo acordo entraria em vigor em um momento em que a economia pode estar em contração.
Economistas consultados pela Bloomberg antes do acordo estimavam quedas anualizadas de 0,5% no PIB para o terceiro e quarto trimestres.