Erdogan: colunista escreveu mensagem em que qualificou de "fraude" um discurso do presidente turco (Umit Bektas / Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2016 às 16h11.
Bruxelas - A justiça turca concedeu liberdade à colunista holandesa Ebru Umar, detida na noite de sábado na cidade turística turca de Kusadasi, no litoral do Egeu, por tweets críticos à política do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informou ela mesma na rede social Twitter.
"Livre, mas não posso abandonar o país", escreveu Umar em mensagem postada junto com uma fotografia sua com o mar de fundo nessa rede social após comparecer perante um tribunal em Kusadasi.
A colunista, de origem turca mas nascida na Holanda e que escreve para vários meios de comunicação e uma página de opinião, foi detida pela polícia no sábado, levada a um hospital para um exame médico e depois transferida a uma delegacia.
Desde lá e antes de ter de entregar seu telefone, enviou uma mensagem de texto ao site holandês "GeenStijl" para informar a seus companheiros que foi detida "pelos tweets sobre Erdogan".
Recentemente a colunista escreveu vários tweets críticos com a hashtag #fuckererdogan, e em outra mensagem qualificou de "fraude" um discurso do presidente turco.
Esta detenção ocorre depois da polêmica surgida na Holanda por uma chamada através de um e-mail do consulado geral da Turquia em Roterdã à comunidade turca residente nessa cidade para que lhe informasse sobre qualquer insulto expressado nas redes sociais contra o presidente turco.
Umar tinha criticado também esta ação da Turquia na Holanda.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, esteve em contato telefônico com a colunista antes de ser detida, e garantiu que o ministro das Relações Exteriores, Bert Koenders, estava "em cima" desta questão, assim como a embaixada em Ancara.
A colunista foi acompanhada na audiência perante o tribunal turco por um advogado enviado pelo cônsul honorário da Holanda na província ocidental de Izmir.