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Colonos judeus desalojam palestinos em disputa judicial

Um porta-voz da polícia israelense, Luba Samri, confirmou nesta quarta-feira a retirada dos 14 membros da família Natshe

Depois da anexação de Jerusalém Oriental na guerra de junho de 1967, Israel proclamou toda a cidade como sua capital "eterna e indivisível" (©AFP / Hazem Bader)

Depois da anexação de Jerusalém Oriental na guerra de junho de 1967, Israel proclamou toda a cidade como sua capital "eterna e indivisível" (©AFP / Hazem Bader)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 16h42.

Jerusalém - Colonos judeus se instalaram pela primeira vez no bairro Beit Hanina de Jerusalém Oriental, após ganharem uma batalha judicial contra uma família palestina que vivia em duas casas e foi desalojada, anunciaram a polícia e organizações de defesa dos direitos humanos.

Um porta-voz da polícia israelense, Luba Samri, confirmou nesta quarta-feira a retirada dos 14 membros da família Natshe.

"Um tribunal decidiu recentemente que essas duas casas pertencem aos judeus. Os ocupantes de uma delas saíram por vontade própria há algumas semanas, e para tirar os da segunda a atuação da polícia foi necessária", explicou à AFP.

Uma das desalojadas, Lubna al-Natshe, afirmou que toda a mobília de sua família foi retirada.

"Vieram às oito da manhã (02h00, horário de Brasília) para nos desalojar, e quando meu marido tentou resistir, agrediram ele e o prenderam", conta a mulher, destacando que a família de seu esposo vivia ali há cerca de 60 anos.

Os policiais "afirmaram que os colonos haviam comprado essa casa há 73 anos", disse, surpresa.

Uma porta-voz do movimento anticolonização israelense 'A Paz Agora', Hagit Ofran, confirmou a existência de reivindicações contraditórias nos terrenos em que as casas foram construídas.

"Antes de 1948 (ano da criação do Estado de Israel), viviam aqui judeus e alguns compraram partes da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental", explicou a porta-voz, esclarecendo que esses terrenos passaram para o controle jordano após a primeira guerra entre árabes e israelenses.

"No entanto, os palestinos também dizem ter comprado esses terrenos, mais ou menos na mesma época", acrescentou.

Depois da anexação de Jerusalém Oriental na guerra de junho de 1967, Israel proclamou toda a cidade como sua capital "eterna e indivisível".

Já os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.

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