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Colômbia não é maior produtor de cocaína da América Latina

Os dados indicam que, em produção, a Colômbia fica atrás do Peru (325 toneladas) e da Bolívia (265 toneladas)

Produção de cocaína na Colômbia: ''Estes resultados são históricos e têm grandes implicações'', disse Kerlikowske (Getty Images)

Produção de cocaína na Colômbia: ''Estes resultados são históricos e têm grandes implicações'', disse Kerlikowske (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 21h37.

Washington - O ''czar antidrogas'' dos EUA, Gil Kerlikowske, anunciou nesta segunda-feira que a produção de cocaína caiu 25% no ano passado na Colômbia, o número mais baixo desde 1994, e afirmou que o país já está atrás do Peru e da Bolívia em produção.

Kerlikowske, diretor do Escritório para a Política Antidrogas da Casa Branca, apresentou os dados, que qualificou de ''históricos'', em uma conferência no Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS) em Washington.

Os bons resultados de 2011 se somam a uma queda de 72% na produção de cocaína pura acumulada na Colômbia desde 2001, passando das estimadas 700 toneladas para 195 toneladas no ano passado.

Os dados indicam que, em produção, a Colômbia fica atrás do Peru (325 toneladas) e da Bolívia (265 toneladas).

''Estes resultados são históricos e têm grandes implicações, não só para os Estados Unidos e para o continente americano, mas para todo o mundo'', comemorou Kerlikowske.

Seu escritório também registrou uma diminuição nos hectares de cocaína cultivados, que passaram de 100 mil em 2010 para 83 mil no ano passado, o que representa uma queda de 17%.

Os dados do escritório de Kerlikowske contrastam com os apresentados pela ONU na semana passada, que situou em 345 as toneladas de cocaína produzidas em 2011, algo que segundo o ''czar'' antidrogas se deve a diferenças metodológicas.


Kerlikowske destacou o trabalho da Colômbia na erradicação e na perseguição das organizações de narcotraficantes, na melhora do sistema judiciário e da segurança através da cooperação entre os dois países através do Plano Colômbia.

''Isto não aconteceu da noite para o dia, há um trabalho contínuo que requer tempo, cerca de uma década, pressão estratégica e firme dos governos dos Estados Unidos e da Colômbia'', afirmou.

E após estes anos de cooperação, ''não só temos uma Colômbia mais segura, temos uma Colômbia vibrante que é um membro ativo na luta antidrogas e contra o crime na região'', disse.

Kerlikowske informou também que o consumo de cocaína nos Estados Unidos caiu 39% desde 2006 e que as mortes por overdose de cocaína diminuíram 41%, de 6.726 casos, em 2006, para 3.988 em 2009, segundo os últimos dados dos Centros de Controle de Doenças (CDC).

Segundo dados da Agência Americana Antidrogas (DEA) o número de apreensões de cocaína nos EUA caiu 43%, queda atribuída à menor produção e à maior interdição antes da entrada no país.

''Claramente reduzir a provisão ajuda a reduzir a demanda nos Estados Unidos'', assinalou Kerlikowske.

No entanto, também destacou os esforços dos EUA em educação preventiva e atenção sanitária, nos quais o governo do presidente Barack Obama investiu US$ 31 bilhões nos últimos três anos, ''mais do que gastamos em medidas policiais'', disse.


O ''czar antidrogas'' assinalou que as lições aprendidas com a Colômbia podem ajudar os países da América Central a lutar contra o narcotráfico.

Kerlikowske participou no mês passado da Conferência Internacional Antidrogas que aconteceu em Lima, onde ''houve mais acordos que desacordos'' na política de luta antidrogas.

''Os problemas causados pelas drogas na América Latina são frustrantemente complexos'' por isso o tema das drogas ''requer uma solução complexa'', acrescentou.

Quanto à proposta de alguns países da região de legalizar as drogas, assinalou que embora ''não haja uma única resposta ao assunto das drogas'', essa ''não é nossa política''.

O ''czar antidrogas'' ressaltou que as organizações criminosas ''não obtêm toda sua renda das drogas'' e considerou que ''não se dissolveriam se a droga for legalizada''. ''Mudariam para qualquer atividade ilegal para conseguir dinheiro'', disse.

Kerlikowske reiterou o compromisso dos EUA com o México para acabar com os carteis da droga, que além de atuar com ''brutalidade'' se dedicariam ao tráfico de pessoas, ao contrabando, à fraude financeira, à extorsão e à corrupção, ''que estendem além de onde operam''. 

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