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Colômbia informará OEA sobre maus-tratos na fronteira

Segundo governo colombiano, mil de seus compatriotas foram deportados e mais de 6.000 retornaram ao seu país espontaneamente por medo de serem expulsos


	Presidente colombiano: "Agora temos milhares de pessoas que cruzaram a fronteira, obrigadas ou pressionadas, deixando para trás seus lares, seus pertences, seus amigos e inclusive seus filhos"
 (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

Presidente colombiano: "Agora temos milhares de pessoas que cruzaram a fronteira, obrigadas ou pressionadas, deixando para trás seus lares, seus pertences, seus amigos e inclusive seus filhos" (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 11h24.

A Colômbia, comovida com as expulsões de seus compatriotas nos últimos dias pelo governo de Nicolás Maduro, informará nesta segunda-feira no conselho permanente da OEA os maus-tratos que os colombianos na fronteira com a Venezuela sofreram.

"Parece incrível que tenhamos que dizer isso em pleno século XXI, mas vimos, atônitos, indignados, a deportação arbitrária e os maus-tratos de compatriotas, apenas pelo fato de serem colombianos e de não terem seus documentos em ordem", disse no domingo o presidente Juan Manuel Santos durante uma tradicional Caminhada da Solidariedade em Bogotá.

"Agora temos milhares de pessoas que cruzaram a fronteira, obrigadas ou pressionadas, deixando para trás seus lares, seus pertences, seus amigos e inclusive seus filhos", acrescentou o presidente.

Segundo números do governo colombiano, mil de seus compatriotas foram deportados nos últimos dias e mais de 6.000 retornaram ao seu país espontaneamente por medo de serem expulsos, ficarem separados de sua família e perder seus pertences.

A pedido da Colômbia, a crise na fronteira provocada pelo fechamento da fronteira por ordem de Maduro será abordada nesta segunda-feira em Washington no conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), e na próxima quinta-feira em uma reunião extraordinária dos chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) em Quito.

"O que o governo nacional quer é mostrar e informar estes maus-tratos dos quais foram alvos os deportados, as pessoas que saíram da Venezuela forçadas, por temor, por medo, e basicamente que exista uma declaração quanto ao tratamento dos diferentes imigrantes", indicou no domingo a chanceler colombiana María Ángela Holguín.

"Mais do que tudo, queremos mostrar a maneira como trataram um povo que viveu na Venezuela com um imenso carinho, que também construiu parte deste país", acrescentou.

Em Cúcuta, 600 km a nordeste de Bogotá e epicentro da complicada situação humanitária gerada, a chanceler comemorou que nos últimos três dias não tenham sido registradas deportações, embora persista, em menor medida, o êxodo de colombianos que fogem da Venezuela carregando consigo seus pertences através do rio Táchira.

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