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Colômbia extradita "último grande chefão" do narcotráfico

Autoridades extraditaram criminoso que supostamente introduziu nos EUA centenas de toneladas de cocaína durante décadas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2013 às 20h48.

Bogotá - As autoridades da Colômbia extraditaram nesta terça-feira o criminoso considerado como o "último grande chefe" do narcotráfico no país, Daniel "El Loco" Barrera, líder de uma organização que supostamente introduziu nos Estados Unidos centenas de toneladas de cocaína durante décadas.

A Polícia Nacional colombiana entregou Barrera hoje por volta das 7h locais (9h de Brasília) para agentes do Departamento Americano Antidrogas (DEA, sigla em inglês), que em seguida fretaram o avião que levou o narcotraficante para Nova York.

Dois tribunais de Nova York e um da Flórida pediram a extradição desse narcotraficante colombiano, que meses atrás foi apresentado pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, como "o último grande chefão" do país.

Antes da entrega do narcotraficante, o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, o general José Roberto León Riaño, disse: "Esta é a mensagem. É melhor que (os narcotraficantes) se entreguem à justiça, porque cedo ou tarde a Polícia Nacional vai capturá-los em qualquer parte do território nacional e no exterior".

O sociólogo e diretor da ONG Acción Andina, Ricardo Vargas, explicou à Agência Efe que "as formas de controle do negócio do narcotráfico com personagens como Barrera estão acabando, mas as redes continuam operando com ações menos visíveis e estruturas desconhecidas".

O perfil do narcotraficante colombiano que lidera uma única rede e que é facilmente identificável termina na captura de Barrera e marca o início de "uma fase muito consolidada de redes que racionalizam suas tarefas e se movimentam de maneira mais tranquila, com baixo perfil", disse.

"Este homem era um grande fornecedor de carregamentos de drogas para grandes exportadores", disse Vargas antes de acrescentar que, em algumas ocasiões, enviava cocaína através de organizações na Argentina e na Venezuela, assim como na América Central e no Brasil.

Entretanto, acrescentou que "até agora não há informações claras sobre como será reestruturada a sua rede, porque na Colômbia está ocorrendo uma sofisticação das redes do narcotráfico", por isso não existe um sucessor ou herdeiro reconhecido.


Quando Barrera foi capturado na cidade venezuelana de San Cristóbal no dia 18 de setembro de 2012, em uma operação multilateral na qual participaram autoridades colombianas, americanas, venezuelanas e britânicas, o criminoso mostrou uma cautela excessiva para tentar passar despercebido.

Os agentes o surpreenderam quando fazia uma ligação em um telefone público. O traficante estava com uma identidade falsa e tinha modificado suas impressões digitais para enganar as autoridades.

A Venezuela deportou Barrera à Colômbia em novembro de 2012 e ele foi levado para uma prisão de segurança máxima na cidade de Ibagué (centro).

Durante o seu período na Colômbia, a polícia e a promotoria seguiram o rastro de suas propriedades e ocuparam 425 delas, avaliadas em US$ 27,77 milhões, entre bens imóveis e móveis, estabelecimentos comerciais e sociedades, supostamente usados para lavagem de dinheiro do narcotráfico.

Após as investigações, a Suprema Corte de Justiça da Colômbia aprovou no dia 5 de abril a extradição de Barrera aos Estados Unidos pelo crime de narcotráfico.

Barrera, nascido em 1968, teceu alianças durante décadas com grupos à margem da lei como os paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no negócio da coca.

Nos últimos tempos, os Estados Unidos ofereciam uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem à captura de "El Loco", enquanto a Colômbia oferecia US$ 2,7 milhões.

Segundo as investigações, Barrera comprava cloridrato de cocaína das Farc e revendia ao bloco Centauros da AUC, liderado pelo chefe paramilitar Miguel Arroyave, cuja morte foi atribuída a Barrera e Pedro Oliverio Guerrero, conhecido como "Cuchillo" e morto em 2010.

Precisamente, "El Loco" Barrera e "Cuchillo" selaram uma aliança no Exército Revolucionário Popular Antiterrorista da Colômbia (ERPAC), que se submeteu parcialmente à Justiça em 2011. EFE

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