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Colômbia entra em alerta máximo para exercícios militares da Venezuela

O presidente Nicolás Maduro anunciou na última semana que instalaria um sistema de defesa na fronteira com a Colômbia

Militares: Exército venezuelano foi enviado à fronteira com a Colômbia (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

Militares: Exército venezuelano foi enviado à fronteira com a Colômbia (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 18h05.

Bogotá — O governo da Colômbia entrou nesta terça-feira, 10, em alerta máximo em consequência dos exercícios militares que a Venezuela começará a realizar na fronteira entre os dois países na quarta-feira, 11. O alerta foi anunciado pelo conselheiro de Direitos Humanos e Assuntos Internacionais da presidência, Francisco Barbosa.

Segundo Barbosa, a Colômbia não entrará na "histeria" do chavismo, que faz esse tipo de anúncio militar sempre que precisa ganhar apoio internamente.

O conselheiro do presidente Iván Duque disse hoje que o governo da Colômbia está monitorando com atenção o que ocorre na fronteira, mas frisou que seu país resolve os problemas que têm com os vizinhos com diplomacia e multilateralismo.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, determinou a realização dos exercícios militares na semana passada. Na ocasião, o líder chavista afirmou que mandaria instalar sistema de mísseis na fronteira com a Colômbia. Mais de 3 mil soldados foram enviados para a região, segundo o governo venezuelano.

Após o anúncio, Duque afirmou que Maduro deve deixar as bravatas de lado e se preocupar em alimentar a população venezuelana. Além disso, Barbosa lembrou que Duque denunciará na Assembleia-Geral da ONU, realizada no fim deste mês, que Maduro dá proteção a grupos armados ilegais, como o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Espionagem

Na madrugada desta terça-feira, Maduro voltou a acusar a Colômbia de espionagem sem apresentar provas.

"Nos últimos três meses tentaram, a partir da Inteligência do governo colombiano, cooptar suboficiais e oficiais venezuelanos para afetar nosso sistema de radares, sistema de defesa aérea e seus aviões, sistema de defesa antiaérea e o sistema de mísseis", afirmou Maduro.

"Felizmente, os serviços de inteligência e o moral entre os nossos soldados pode deter e afastar estas pretensões de penetrar a capacidade de defesa da Venezuela", acrescentou Maduro, após reunir o gabinete e o alto comando militar.

No final de agosto, Duque acusou o governo Maduro de "abrigar" e "apoiar" dissidentes da extinta guerrilha das Farc.

Tratado de Defesa na OEA

Na noite de segunda-feira, o departamento americano de Estado informou que os EUA e outros países da região invocarão o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) de defesa diante da crise na Venezuela.

"Onze países, incluindo os Estados Unidos e o governo interino de Juan Guaidó estão pedindo a invocação do Tratado do Rio para confrontar a crise que Maduro provocou".

O TIAR é um acordo regional de defesa militar mútua que fornece base legal para eventual intervenção externa. O acordo é integrado por Brasil, Argentina, Bahamas, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Cuba. (Com agências internacionais)

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