Farc: pacto histórico deve prever desmobilização das guerrilhas, reintegração dos rebeldes à sociedade e participação política (Luis Robayo/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2016 às 08h12.
Bogotá/Havana - O governo da Colômbia e os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) irão anunciar nesta quarta-feira que chegaram a um acordo de paz definitivo, disseram três autoridades ligadas à equipe de negociação do governo.
O acordo tem como meta encerrar meio século de conflito com as Farc que deixou mais de 220 mil mortos e milhões de deslocados internos.
"Estamos diante de um acordo iminente para encerrar as negociações", disse uma das fontes, acrescentando que não está claro em que momento o anúncio será feito. "Provavelmente será ao anoitecer. Os temas principais foram finalizados".
Mais cedo na terça-feira, o líder das Farc, Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko, tuitou: "Estamos às portas de anúncios importantes que nos deixam perto de um acordo final".
O pacto histórico irá prever a desmobilização das guerrilhas, a reintegração dos rebeldes à sociedade civil e sua participação na política.
Obtido após quase quatro anos de conversas tensas em Cuba, o acordo ainda precisará ser assinado e votado em um referendo. A maioria das pesquisas de opinião indica que os colombianos irão endossá-lo.
A paz com as Farc não garante o fim da violência na Colômbia. As conversas do governo com outro grupo rebelde de esquerda, o Exército de Libertação Nacional (ELN), emperraram recentemente, e há relatos de que gangues derivadas de grupos paramilitares de direita assumiram algumas rotas do narcotráfico.