Mundo

Colômbia aumenta segurança no maior campo de petróleo do país

A petrolífera canadense Pacific Rubiales ameaçou suspender as operações no local a menos que fossem enviados reforços para reprimir uma manifestação violenta

BP e Rosneft mantêm conversas (Getty Images)

BP e Rosneft mantêm conversas (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 15h42.

Bogotá - A Colômbia enviou 400 policiais adicionais para proteger o maior campo de petróleo do país, depois que a petrolífera canadense Pacific Rubiales

  ameaçou suspender as operações no local a menos que fossem enviados reforços para reprimir uma manifestação violenta.

"As forças de segurança foram enviadas por meio da Polícia Nacional. Um general foi enviado para assumir o comando das atividades policiais com instruções muito específicas para prender qualquer um que infringir a lei," disse o ministro da Energia, Mauricio Cárdenas, à Reuters na quarta-feira.

Alarmada depois que manifestantes mascarados atearam fogo ao alojamento dos trabalhadores na terça-feira, a empresa disse que poderia suspender as operações a qualquer momento nos campos de Rubiales e Quifa, que produzem 240 mil barris por dia.

As ações da Pacific Rubiales caíram até 5,4 por cento no início do pregão em Toronto na quarta-feira e registravam perda de 2,7 por cento no meio do dia.


Cárdenas considerou o alerta da empresa desnecessário, dizendo que o governo era "perfeitamente capaz" de proteger as companhias de petróleo dos manifestantes violentos, de bandos fortemente armados de criminosos e dos guerrilheiros de esquerda.

"Estamos dizendo às companhias de petróleo... não há razão para fazer pronunciamentos que colocam em dúvida a continuidade de suas operações na Colômbia," disse Cardenas.

Protestos semelhantes em setembro levaram a empresa a suspender as operações por vários dias citando motivo de força maior, mas as operações continuavam normalmente na quarta-feira, segundo Cárdenas.

O ataque incendiário coincidiu com uma greve dos cerca de 4.000 trabalhadores colombianos que renovaram uma paralisação de segunda-feira contra a Pacific Rubiales, realizando uma manifestação pacífica.

A empresa não vincula a violência com a greve dos trabalhadores, mas também descreveu um clima de maior insegurança por causa de gangues criminosas operando nas proximidades.

O sindicato USO, que convocou a greve, rejeitou a violência e Cárdenas disse que o ministério iria ficar de fora da disputa trabalhista.

Os protestos anteriores foram um dos principais motivos para a queda da produção nacional colombiana para 891 mil barris por dia em setembro, ante mais de 953 mil barris por dia em agosto. O país espera que a produção chegue a 1 milhão de barris por dia até o final do ano.

Um boom do petróleo na Colômbia tornou-se possível, em grande parte, depois que o Exército abriu porções de território para investidores estrangeiros, ao mesmo tempo em que realizou uma ofensiva militar contra os guerrilheiros de esquerda a partir de 2002. Desde então, gangues criminosas e guerrilheiros têm como alvo instalações da empresas e trabalhadores.

A Colômbia é o quarto maior produtor de petróleo da América Latina, atrás de Venezuela, México e Brasil.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaEnergiaPetróleoPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru