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Colômbia acredita que acordo de paz pode acontecer neste ano

"Esperamos que 2016 marque o fim de um conflito armado de mais de 50 anos, o mais longo do Ocidente", afirmou a ministra das Relações Exteriores


	Farc: Há 3 anos, o Executivo colombiano e as Farc negociam em Havana um acordo de paz para pôr fim a um conflito que abalou o país
 (Luis Robayo/AFP)

Farc: Há 3 anos, o Executivo colombiano e as Farc negociam em Havana um acordo de paz para pôr fim a um conflito que abalou o país (Luis Robayo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 14h48.

Genebra - A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Angela Holguin, se mostrou esperançosa nesta quarta-feira de que em 2016 possa ser declarado o fim do conflito entre o governo colombiano e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"Este é um ano importante para a história da Colômbia. Esperamos que 2016 marque o fim de um conflito armado de mais de 50 anos, o mais longo do Ocidente", afirmou ela, em discurso para Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há três anos, o Executivo colombiano e as Farc negociam em Havana (Cuba) um acordo de paz para pôr fim a um conflito que abalou o país. A ministra enfatizou que "as negociações de paz em Havana estão na reta final", dado que só resta um ponto a ser resolvido.

"Após ter conseguido avanços inéditos nos cinco pontos substanciais da agenda do acordo geral para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura, já foi possível um acordo sobre quatro deles".

A chanceler ressaltou que a assinatura dos documentos "abre uma nova era de paz e de reconciliação, onde o respeito aos direitos de milhões de colombianos será primordial".

"Um país sem conflito significa menos mortos, o fim do deslocamento forçado, do recrutamento de crianças, além de uma maior presença do Estado em todo o território nacional, um maior investimento em educação, saúde, moradia, e um maior bem-estar para os colombianos, especialmente para os mais vulneráveis", asseverou.

Ela deixou claro que a proteção dos direitos humanos "é uma condição necessária para a não repetição do conflito". Conforme enfatizou, as vítimas "ocuparam um lugar central nesta negociação" e até no momento o governo colombiano reparou 600 mil delas, uma ação que teve um custo de US$ 3,3 bilhões.

Além disso, citou os avanços alcançados na área da Justiça, como a condenação de 1.143 pessoas por crimes graves e a criação de uma Jurisdição Especial para a Paz.

"Este órgão especial independente procura beneficiar os que abandonem as armas, contribuam à reconstrução da verdade, reparem suas vítimas, reconheçam seus crimes, aceitem suas responsabilidades e garantam a não repetição de suas condutas criminosas".

Por fim, María Angela deixou claro que "não estão previstas anistias em circunstância alguma para os crimes de grave transcendência, especialmente os que são de competência complementar do Tribunal Penal Internacional".

Ela aproveitou para agradecer aos países que ajudaram à Colômbia neste processo e o Conselho de Segurança da ONU que aprovou com unanimidade uma resolução para enviar à Colômbia uma missão política especial que controle o cessar-fogo definitivo e o abandono das armas.

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