Protesto em Paris: polícia francesa proibiu manifestações na Avenida Champs-Elysées e em diversas outras cidades do país, como Bordeaux, Toulouse, Marseille e Nice, no sul da França, e Rouen, no oeste (Benoit Tessier/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de março de 2019 às 13h43.
Paris — Milhares de manifestantes franceses conhecidos como "coletes amarelos" retornaram às ruas de Paris, França, no 19ª fim de semana de protestos contra o presidente Emmanuel Macron. A segurança policial foi reforçada em algumas áreas da capital e cidades do interior, com o objetivo de impedir uma repetição dos confrontos da semana passada.
Os manifestantes se reuniram na praça Denfert-Rochereau, no sul da cidade, e marcharam rumo à região norte. Os protestos devem terminar no bairro turístico de Montmartre, em torno da catedral Sacré-Coeur.
A polícia francesa proibiu os protestos na Avenida Champs-Elysées e em diversas outras cidades do país, como Bordeaux, Toulouse, Marseille e Nice, no sul da França, e Rouen, no oeste. No último fim de semana, dezenas de lojas da Champs-Elysées foram saqueadas e algumas foram incendiadas por manifestantes.
Hoje, a polícia de Paris deteve 51 pessoas, emitiu 29 multas e realizou 4.688 "verificações preventivas" de manifestantes que entravam na capital. Em Nice, as forças de segurança locais dispersaram algumas centenas de manifestantes que se reuniam na praça central. A cidade está sob forte esquema de segurança, pois é esperado que o presidente chinês, Xi Jinping, passe a noite de sábado para domingo no local como parte de sua visita à França.
O novo chefe da Polícia de Paris, Didier Lallement, que assumiu a responsabilidade pela destruição causada pelos protestos da semana passada, informou que unidades policiais específicas foram criadas para atuar mais rapidamente em resposta a qualquer ação violenta. Cerca de 6 mil policiais foram deslocados para manter a ordem durante os protestos e dois drones também estão sendo utilizados para monitorar as manifestações.
Na sexta-feira, Mácron rejeitou críticas de líderes da oposição sobre o envolvimento de militares, dizendo que eles não estão assumindo as funções de policiais.
Os protestos dos coletes amarelos começaram em novembro em oposição a aumentos de impostos, mas tiveram seu foco ampliado posteriormente para uma rejeição pública às políticas econômicas de Mácron. Segundo os manifestantes, tais medidas favorecem grandes empresas e ricos em detrimento das classes econômicas mais baixas do país.