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COI pede explicações à Rússia sobre lei contra apologia gay

Lei foi aprovada em junho, levando alguns grupos a proporem um boicote à Olimpíada de Inverno e causando preocupações e críticas de outros países


	Evento anual de celebração do orgulho gay: críticos dizem que a lei impedirá marchas e poderá ser usada para punir quem manifestar apoio aos homossexuais
 (Getty Images)

Evento anual de celebração do orgulho gay: críticos dizem que a lei impedirá marchas e poderá ser usada para punir quem manifestar apoio aos homossexuais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 09h29.

Moscou - A Rússia precisa explicar como irá implementar uma polêmica nova lei que proíbe a apologia da homossexualidade, além de detalhar qual será o impacto da legislação sobre a Olimpíada de Inverno de 2014, em Sochi, disse nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge.

O COI quer esclarecimentos apesar de já ter recebido dos organizadores do evento garantias de que atletas e outros participantes não serão afetados, segundo Rogge.

A lei foi aprovada em junho, levando alguns grupos a proporem um boicote à Olimpíada de Inverno. O presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou preocupação com as restrições, e o porto-riquenho Richard Carrion, candidato a presidente do COI, criticou duramente a legislação.

Rogge foi a Moscou, que a partir de sábado recebe o Mundial de Atletismo, para uma reunião do Comitê Executivo do COI com dirigentes da Iaaf, entidade máxima do atletismo mundial. O dirigente belga disse que o COI precisa de esclarecimentos sobre a tradução da lei para o inglês.

"Recebemos todas as garantias por parte do sr. Dmitry Kozak, encarregado de organizar os Jogos em Sochi. Pedimos confirmação por escrito dessas garantias", disse Rogge, ao lado do presidente da Iaaf, Lamine Diack, em entrevista coletiva.

"Nós as recebemos ontem, as estudamos nesta manhã, mas ainda há incertezas e decidimos pedir mais esclarecimentos até hoje. Então estamos esperando esse esclarecimento antes de termos um julgamento final sobre tais garantias." Na quinta-feira, o ministro russo dos Esportes, Vitali Mutko, e Diack disseram não haver motivo para achar que a nova lei afetará de alguma forma o Mundial de Atletismo, de 10 a 18 de agosto.

Mutko disse que "é claro que é preciso respeitar as leis do país onde você está", mas afirmou que a Constituição do país se sobrepõe à lei ao garantir a privacidade das pessoas.

Críticos dizem que a lei na prática impedirá marchas do orgulho gay e poderá ser usada para punir quem manifestar apoio aos homossexuais. O governo de Vladimir Putin também proibiu a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.

Rogge disse que as dúvidas restantes dizem respeito "a uns dois parágrafos", o que atribuiu a "uma dificuldade na tradução". "Não acho que seja uma questão fundamental, mais uma questão de tradução", insistiu Rogge, que deixa o cargo em setembro.

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