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COI muda regra e permite atletas transgêneros em competições

Decisão é uma grande vitória fora de campo para os atletas. Controle de concentração de testosterona será feito no caso de mulheres transgênero


	John Coates, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI): atletas transgênero serão aceitos
 (Getty Images)

John Coates, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI): atletas transgênero serão aceitos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2016 às 13h15.

São Paulo - Os atletas transgêneros conquistaram em 2016 uma vitória fora dos campos e das quadras. No começo deste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) mudou a sua resolução sobre atletas transexuais em competições oficiais. Segundo a entidade, agora homens podem participar dos eventos da entidade sem nenhuma restrição e as mulheres precisam apenas ter a quantidade de testosterona controlada para poder competir em equipes femininas, mais precisamente não podem ter mais de 10 nanomol por litro (unidade de medida que indica a quantidade da substância por litro de sangue) do hormônio no sangue nos 12 meses anteriores a competição. A necessidade de cirurgia de mudança de sexo não é mais necessária.

Mas não vai ser no Rio que o primeiro transgênero vai competir. Quem chegou mais perto foi o norte-americano Chris Mosier. Atleta do biatlo, ele chegou a tentar a vaga olímpica para disputar o triatlo na Olimpíada deste ano, mas não conseguiu. Mas estará no Campeonato Mundial de Biatlo, nos dias 4 e 5 de junho, em Aviles, na Espanha.

"Eu não vou estar na Olimpíada este ano, já que o biatlo não é um esporte olímpico. E eu estou bem em relação a isso. Já é uma grande honra representar meu país em uma competição internacional e ser o primeiro atleta transgênero homem na equipe norte-americana. Também vou ser o primeiro atleta a competir internacionalmente após a nova política do COI. Estou animado em abrir novas portas para atletas transgêneros no futuro", disse Mosier.

Chris compete entre os homens desde 2010. Seis anos antes, o COI se movimentava pela primeira vez em relação a atletas que se identificavam com um sexo diferente do de nascença. O que passou a vigorar na ocasião foi decidido no Congresso de Estocolmo, na Suécia, em 2004. As regras eram mais rígidas.

Além da necessidade da cirurgia de mudança completa (o que foi derrubado em 2016) e da terapia hormonal direcionada a cada sexo, era preciso ter o reconhecimento legal da mudança em seu País de origem, uma dificuldade devido às legislações específicas. As restrições mantinham os transgêneros apenas nas competições específicas, como os Gay Games (o próximo será em 2018, em Paris).

"A possibilidade agora está aberta. Em algum lugar um jovem está se apaixonando por um esporte e não terá que comprometer sua identidade nem como pessoa, nem como esportista, para ser um futuro atleta olímpico. As portas estão abertas. A mudança na política do COI é um enorme passo em direção a inclusão dos transgêneros no esporte de alto desempenho", afirmou Mosier.

NO BRASIL - A mudança deve beneficiar atletas pelo mundo inteiro que ainda sofrem com o preconceito. Entre os brasileiros não há esportistas de alto desempenho que se enquadrem nos pré-requisitos do COI. Entre os amadores, está Ohara Santos. Nascida Franscismar e hoje com 33 anos, joga vôlei pelo time da cidade de Santa Isabel (SP). Sempre atuando em equipes masculinas. "Mesmo já mais veterana, se eu tivesse a oportunidade de jogar em um time feminino seria um sonho. Realmente me sentiria mais completa. Seria um avanço", explicou Ohara.

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