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COI diz confiar na inocência de auditor sob suspeita por Rio-2016

O auditor dos votos da escolha da sede dos Jogos Olímpicos do Rio é acusado de ter recebido dinheiro no dia da eleição

Olimpíada: COI informou que seu colaborador Frankie Fredericks já entrou em contato para explicar sua inocência (Feng Li/Getty Images)

Olimpíada: COI informou que seu colaborador Frankie Fredericks já entrou em contato para explicar sua inocência (Feng Li/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2017 às 13h27.

Última atualização em 3 de março de 2017 às 13h31.

Genebra - As revelações sobre uma suspeita de compra de votos por parte do Rio de Janeiro no processo de definição da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 levaram o Comitê Olímpico Internacional (COI) a garantir que confia que um de seus colaboradores denunciados é "inocente". O auditor dos votos da escolha da sede é acusado de ter recebido dinheiro no dia da eleição.

Em março de 2016, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que não havia provas até então sobre corrupção relativa à atribuição dos Jogos de 2016 e 2020.

Nesta sexta-feira, em um comunicado, o porta-voz do COI, Mark Adams, informou que a entidade "toma nota das alegações sérias feitas no jornal Le Monde relacionadas à votação para a escolha da sede dos Jogos de 2016". O COI é parte civil no processo em Paris contra Lamine Diack.

"Continuamos totalmente comprometidos em esclarecer essa situação, trabalhando em cooperação com o procurador", disse Adams.

"Essa cooperação já levou ao fato de que Lamine Diack, que foi membro honorário do COI, não tenha mais qualquer função dentro da entidade desde novembro de 2015", afirmou.

"O COI entrará em contato com as autoridades judiciais francesas de novo para receber informações sobre as quais a reportagem do Le Monde estão baseadas", prometeu o porta-voz.

Apesar de garantir a cooperação, o COI informou que seu colaborador Frankie Fredericks já entrou em contato com o COI para explicar sua inocência.

"O COI confia no fato de que Fredericks apresentará todos os elementos para provar sua inocência contra essas alegações feitas pelo Le Monde", disse.

De acordo com os franceses, Papa Massata Diack transferiu US$ 299,3 mil pela empresa Pamodzi para a empresa offshore Yemli Limited, em 2 de outubro de 2009.

A empresa tinha uma relação direta com Fredericks, que foi um dos monitores do COI no momento da votação nas eleições de 2009, vencidas pelo Rio.

Fredericks, que também é o presidente da comissão de avaliação dos Jogos de 2024, garantiu que o dinheiro não tinha qualquer relação com o Rio.

"De acordo com Fredericks, o suposto pagamento foi feito pela Pamodzi Sports Consulting, administrada por Papa Massata Diack e em conexão com a promoção, desenvolvimento de propriedades esportivas relacionadas com o programa de marketing da IAAF", disse o COI, que indicou que Fredericks entregou dados ao Comitê de Ética da Associação Internacional das Federações de Atletismo, a IAAF.

O que o COI não explicou é o fato de que Fredericks estava dois anos sem receber o pagamento de Diack e que acabou recebendo no mesmo dia da escolha da sede de 2016.

Imediatamente depois que uma relação foi feita entre o pagamento e a votação para a Olimpíada de 2016, o COI informou que Fredericks também acionou o Comitê de Ética do COI, que está "acompanhando todas as alegações para esclarecer totalmente esse caso".

No ano passado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou a sugerir que a escolha das sedes dos Jogos Olímpicos era manipulada.

Em uma entrevista publicada na New York Magazine, ele não deixou dúvidas sobre o que pensa do COI. Seu ataque visava especificamente a escolha da sede de 2016, que acabou ficando com o Rio de Janeiro.

Obama foi um dos promotores da candidatura de Chicago, seu berço político e a cidade de sua mulher, Michelle. Em 2009, o COI escolheria quem ficaria com o direito de sediar os Jogos de 2016 e uma reunião em Copenhague, na Dinamarca, o rei da Espanha, Juan Carlos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, cada um servindo de cabo eleitoral para as cidades dos seus países.

Segundo Obama, um "comitê muito eficiente foi para Copenhague para fazer sua apresentação". "Michelle tinha ido com eles e eu recebi uma chamada, acho que antes das coisas terem terminado, indicando que todos pensavam que se eu fosse la, teríamos uma boa chance de conseguir e que valeria à pena essencialmente fazer um dia de viagem até la", contou o presidente. "Assim, decidimos viajar", completou.

"Subsequentemente, acho que fomos informados de que as decisões do COI são similares às da Fifa: um pouco arranjadas", disse Obama.

"Não passamos da primeira fase, apesar de que, por todos os critérios objetivos, a candidatura americana era a melhor", afirmou.

Obama contou que, já no voo de volta para Washington, sua delegação sabia que Chicago não tinha vencido, antes mesmo de os votos terem sido abertos.

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