Foto dos anos 60 tirada de um avião, em Paris, de Coco Chanel (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2011 às 15h29.
Nova York - Coco Chanel teria sido espiã nazista durante a Segunda Guerra Mundial e conseguiu escapar da prisão e da morte como colaboradora para se reinventar no exílio, na Suíça, revela uma explosiva biografia sobre a estilista francesa que será lançada nesta terça-feira, nos Estados Unidos.
"Sleeping with the Enemy: Coco Chanel's Secret War" (Dormindo com o Inimigo: a Guerra Secreta de Coco Chanel, numa tradução livre) do jornalista Hal Vaughan afirma ter juntado todas as peças do quebra-cabeças sobre os rumores nunca verificados sobre o passado nazista desta rainha da moda.
"Sleeping with the Enemy' fala sobre como Coco Chanel tornou-se parte da operação de inteligência alemã; como e porque foi alistada em missões de espionagem; como escapou da prisão na França depois da guerra, apesar do conhecimento de suas atividades", afirma a editora Knoff em comunicado.
Entre as revelações do livro estão incluídas documentação com o número de agente nazista de Chanel, uma missão que realizou na Espanha, em troca da libertação de um sobrinho detido e sua relação com líderes do nazismo, como Hermann Goering e Joseph Goebbels, entre outros.
O livro do escritor e jornalista americano Hal Vaughan também apresenta provas sobre as ações de Chanel para encobrir outros espiões nazistas e uma tentativa de apropriar-se de bens de seus sócios judeus, afirma a editora na nota à imprensa.
Hal Vaughan descreve em detalhes a relação de Chanel com o barão Hans Gunther von Dincklage, um oficial alemão dos serviços secretos, mencionada em outras biografias da estilista, mas cuja verdadeira influência é apresentada pela primeira vez.
"Dincklage é revelado aqui como um mestre da espionagem nazista e um agente da inteligência militar alemão que tinha a seu dispor uma rede de espões, no Mediterrâneo e em Paris, que reportava diretamente ao ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels, considerado a mão direita de Hitler", diz o comunicado.
A vida de Coco Chanel (1883-1971) é um filme em si, já que de órfã pobre transformou-se numa das grandes estilistas do século XX e que ainda fascina, 40 anos depois de sua morte.
Nasceu em 19 de agosto de 1883 em Saumur (oeste da França). Tinha 12 anos quando a mãe morreu e foi abandonada pelo pai junto a quatro irmãos.
Gabrielle Chanel - seu verdadeiro nome - viveu num orfanato e, já adulta, trabalhou numa confecção até conhecer um rico herdeiro, Etienne Balsan.
Um empresário inglês, Boy Chapel, considerado o grande amor de sua vida, ajudou-a a abrir seu primeiro estabelecimento, dedicado à fabricação de chapéus. Seguiu-se a alta-costura, com a inauguração da casa de número 31 da rua Cambon em 1919; pouco depois, lançaria o primeiro perfume, o N° 5.
Depois da Segunda Guerra Mundial, exilou-se na Suíça até 1953, regressando, em seguida à criação de uma coleção recebida friamente em Paris, mas que conquistou o mundo.
Chanel morreu em 10 de janeiro de 1971 num quarto do Hotel Ritz na capital francesa e foi enterrada em Lausanne (Suíça).