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Coalizão rebelde derruba presidente sírio após tomada da capital

Paradeiro do ditador Bashar Al-Assad, que já teria deixado Damasco, é desconhecido. Embaixada do Irã também foi invadida

Combatente anti-regime em frente a retrato danificado do presidente da Síria, Bashar al-Assad, cujo paradeiro é desconhecido após a tomada da capital por coalizão rebelde.  (Mohammed AL-RIFAI/AFP)

Combatente anti-regime em frente a retrato danificado do presidente da Síria, Bashar al-Assad, cujo paradeiro é desconhecido após a tomada da capital por coalizão rebelde.  (Mohammed AL-RIFAI/AFP)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 8 de dezembro de 2024 às 07h46.

Última atualização em 8 de dezembro de 2024 às 08h38.

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Em um momento histórico para o Oriente Médioforças rebeldes sírias anunciaram a queda do presidente Bashar al-Assad após conquistarem o domínio de Damasco no domingo, colocando um ponto final no regime autoritário de sua família após mais de 13 anos de conflito interno.

De acordo com a Reuters, dois altos oficiais do exército sírio afirmaram que Assad teria deixado a cidade em um avião,  quando a ofensiva ainda se aproximava da capital. No entanto, no sábado (7), a presidência negou a informação e autoridades iranianas - fortes aliadas do regime autoritário sírio - reforçaram que o presidente e seus familiares não fugiram da capital ou do país.

O fato é que, até o momento, o paradeiro exato de Assad, conhecido por suprimir de forma violenta qualquer manifestação de oposição, permanece desconhecido. E segundo a Al Jazeera, ele não é visto há dias no país.

Embaixa iraniana também foi tomada

Com a tomada de Damasco pelos insurgentes sírios, a influência da Rússia e do Irã na região sofre um impacto significativo, minando o poder desses aliados cruciais que sustentaram Assad durante os momentos mais críticos do confronto. Já no domingo, a Press TV iraniana informou que sua embaixada na capital também foi tomada pelos rebeldes logo após a conquista da cidade.

Segundo a Reuters, após o comando do exército comunicar às autoridades o fim do governo Assad, as forças armadas sírias declararam que manteriam suas operações contra o que denominaram "grupos terroristas" em Hama, Homs e na região rural de Deraa. Os insurgentes, contudo, afirmaram ter adentrado a capital sem encontrar resistência militar.

Os rebeldes ainda celebraram em comunicado: "Comemoramos com o povo sírio a libertação de nossos prisioneiros, o rompimento de suas algemas e o término da era de opressão na prisão de Sednaya" - referindo-se ao extenso complexo prisional próximo a Damasco, onde milhares foram mantidos pelo regime sírio.

Transição de poder para entidade provisória

A coalizão rebelde anunciou que prossegue com os esforços para completar a transição do poder para uma entidade governamental provisória com plena autoridade executiva. "Nossa grande revolução evoluiu da fase de combate ao regime Assad para a construção coletiva de uma Síria que honre os sacrifícios de seu povo", declararam em nota oficial.

Testemunhas relataram que uma multidão tomou as ruas da praça central de Damasco, em veículos e a pé, bradando "Liberdade" após cinco décadas de dominação da família Assad. O colapso do regime coincide com uma alteração na dinâmica de poder regional, após Israel eliminar, nos últimos dois meses, diversos líderes do Hezbollah libanês, grupo apoiado pelo Irã e com papel fundamental para as forças de Assad.

Simultaneamente, a Rússia, outro aliado essencial de Assad, mantém seu foco voltado para o conflito na Ucrânia.

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