Chanceler alemã, Angela Merkel: "não, não houve despedidas. Foi uma reunião de trabalho, como as anteriores", minimizou o porta-voz do governo (Johannes Eisele/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 14h53.
Berlim - O governo de Angela Merkel realizou nesta quarta-feira sua última reunião antes das eleições gerais de domingo com ares de despedida pelo enfraquecimento dos parceiros liberais, que entraram no Executivo com 14,6% dos votos e que agora nas pesquisas aparecem na corda bamba dos 5%.
"Despedida? Não, não houve despedidas. Foi uma reunião de trabalho, como as anteriores", minimizou o porta-voz do governo, Steffen Seibert ao responder sobre as supostas despedidas da chanceler a alguns membros do Executivo.
Nem despedidas, nem brincadeiras, nem ausências - exceto a do titular de Finanças, Wolfgang Schäuble, que completou hoje 71 anos, insistiu Seibert diante das repetidas perguntas sobre os quatro ministérios do Partido Liberal (FDP): Exteriores, Economia, Justiça e Saúde.
O único balanço que Seibert fez foi estatístico: 491 leis aprovadas e 158 conselhos de ministros, 144 presididos por Merkel e o resto por um de seus vice-chanceleres - os liberais titulares das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ou da Economia, Philipp Rosler.
Foi uma equipe constantemente definida como a mais "integradora" da história alemã: uma chanceler crescida no leste, um titular das Relações Exteriores homossexual, o de Finanças cadeirante e o da Economia nascido no Vietnã, adotado quando criança por um casal alemão.
Não houve despedidas nem brincadeiras, contou Seibert, mas trabalho e a aprovação da introdução de um salário mínimo para dois setores - limpeza de edifícios e cortadores de pedras - o que eleva a 12 o número de setores profissionais onde existe essa fórmula.
A implantação de um salário mínimo interprofissional é um dos carros-chefe da oposição, que cobra a sua formatação diante da crescente precariedade do mercado de trabalho alemão.
Merkel rejeitou a proposta até agora, em parte pela não concordância dos liberais, uma das múltiplas divergências em uma coalizão que desde o começo demonstrou que ia ser menos harmoniosa do que se fazia supor, já que teoricamente eram parceiros naturais.
O FDP se tornou aliado de Merkel depois de conseguir, em 2009, o melhor resultado de sua história em eleições gerais, o que possibilitou a chanceler se libertar dos social-democratas com os quais governou na primeira legislatura.
Já o candidato social-democrata, Peer Steinbrück, briga por um difícil governo de centro-esquerda consciente que seu partido pode se ver condenado novamente a uma grande coalizão.