Mundo

Coalizão de Macri deve vencer em maiores distritos da Argentina

As áreas em que Macri tem vantagem correspondem a quase 66 por cento do eleitorado argentino, indicando um possível segundo mandato para o presidente

Mauricio Macri: avançam as chances de reeleição em 2019 (Enrique Marcarian/Reuters)

Mauricio Macri: avançam as chances de reeleição em 2019 (Enrique Marcarian/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 17h07.

Buenos Aires - Os argentinos foram às urnas neste domingo numa eleição que deve dar ao presidente Mauricio Macri, pró-mercado, a vitória nos maiores distritos do país, neutralizando a oposição e fazendo avançar suas chances de reeleição em 2019.

O setor privado tem se preocupado com um possível retorno da ex-presidente Cristina Kirchner, uma política gastadora e populista que quase levou o país à falência durante seu governo, entre 2007 e 2015. Mas as pesquisas de intenção de voto a tem colocado em segundo lugar na disputa por uma cadeira no Senado por Buenos Aires.

A Cambiemos, coalizão de Macri, deve receber a maioria dos votos em cinco dos distritos mais populosos de Buenos Aires, bem como nas províncias de Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé e Mendoza, disse Ignácio Labaqui, analista de mercados emergentes em Buenos Aires para a consultoria Medley Global.

As áreas em que Macri tem vantagem correspondem a quase 66 por cento do eleitorado argentino, de acordo com os registros eleitorais. Nenhum partido conseguiu vencer em todos os cinco maiores colégios eleitorais, numa eleição parlamentar, desde 1985.

A vitória deve dar ao Cambiemos mais do que um terço do Senado e da Câmara, disse Julio Burdman, diretor da consultoria Observatorio Electoral.

"Isso roubaria da oposição dois terços da maioria necessária para derrubar vetos presidenciais, e encorajaria Macri a aprofundar as reformas para liberação de mercado que os investidores lhe pedem", disse Burdman.

Cristina ficou empatada com o candidato de Macri, Esteban Bullrich, em eleições primárias para representar Buenos Aires no Senado, em agosto, mas desde então tem perdido força, falhando em unir a oposição.

Uma pesquisa da consultoria Management & Fit a mostrou com 4,8 pontos percentuais de votos a menos que Bulrich, enquanto outras pesquisas mostram uma disputa mais acirrada.

Mesmo que fique em segundo lugar, Cristina ainda garante um dos três lugares da província de Buenos Aires no Senado.

A eleição carrega um forte significado para aqueles que viveram a sangrenta ditadura militar argentina (1976-1983).

"Tenho a mesma alegria sempre que voto porque isso é a democracia. Isso é muito importante para mim porque tenho 79 anos e já vivi de tudo", disse a aposentada Marta Liber à Reuters, em sua seção eleitoral, em Buenos Aires.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaCristina KirchnerEleiçõesMauricio Macri

Mais de Mundo

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal