Muammar Kadafi (Mahmud Turkia/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2011 às 08h45.
Benghazi (Líbia) - O Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) está determinado a enterrar o corpo do coronel Muammar Kadafi, morto na quinta-feira em circunstâncias ainda não esclarecidas após ser detido pelos revolucionários em Sirte, último reduto dos aliados de Kadafi.
'Nós como muçulmanos, não vamos deixar que as emoções se imponham, temos de respeitar o corpo, esta é a postura do CNT', disse à Agência Efe um membro da máxima autoridade de transição, Abder Ramin.
Os corpos do coronel e de seu filho, que foram transferidos de Sirte para Misrata, de onde eram originais os opositores do regime de Kadafi que o capturaram, foram expostos publicamente até sábado.
A respeito do sepultamento houve inúmeras especulações, inclusive que seria lançado ao mar, um procedimento contrário à lei muçulmana, que diz que o corpo deve ser enterrado nas 24 horas posteriores a morte, o também não aconteceu.
'Somos pessoas civilizadas e não lançaremos seu corpo ao mar, isso quem fazia era Kadafi, que jogava os corpos de líbios ao mar e os queimava, mas temos nossa moral, religião, tradições e costumes, e não o atiraremos (ao mar)', garantiu outro membro do CNT Salem Canan.
Canan reconheceu que o local da sepultura 'é uma questão sensível, que exigirá consultas a família e tribo do ditador', devido ao fato de que o CNT teme profanação da sepultura.
'Kadafi era um criminoso e matou muitas pessoas no país. Não são poucos os que querem vingar-se e existe o problema de que se souberem o local da sepultura alguém pode ir até lá, destruir o túmulo, saquear e queimar o corpo', justificou Canan.