O presidente do CNT líbio, Mustafa Abdel Jalil, também anunciou em Benghazi a instauração de um governo de transição "dentro de duas semanas" (Abdullah Doma/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 10h21.
Benghazi - O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, anunciou nesta segunda-feira a criação de uma comissão de investigação sobre as controversas circunstâncias da morte do ex-ditador Muammar Kadafi.
"Em resposta aos apelos internacionais, começamos a instaurar uma comissão encarregada de investigar as circunstâncias da morte de Muammar Kadafi", declarou Jalil em uma coletiva de imprensa em Benghazi.
A viúva de Kadafi e várias organizações internacionais, entre elas a ONU (apoiada, por sua vez, pelos Estados Unidos), pediram uma investigação sobre a morte de Kadafi na quinta-feira em Sirte, após ter sido capturado vivo.
O ministro da Defesa britânico, Philip Hammond, considerou no domingo que a reputação das novas autoridades líbias ficou "um pouco ofuscada" pela morte de Kadafi. "Não é uma forma de proceder, não é a maneira pela qual nós gostaríamos que acontecesse", acrescentou.
O médico que realizou no domingo a autópsia do cadáver de Kadafi, o doutor Othman El Zentani, declarou que o ex-ditador morreu "baleado", mas negou-se a dar mais informações, indicando que seu relatório ainda não estava "finalizado".
Abdel Jalil também anunciou a instauração de um governo de transição "dentro de duas semanas".
"Começamos as discussões (sobre a formação de um governo) e esta questão não levará um mês, mas terá terminado dentro de duas semanas", indicou na coletiva de imprensa.
As novas autoridades líbias proclamaram no domingo a "libertação" da Líbia em uma cerimônia pública realizada em Benghazi (leste). Segundo o plano anunciado pelo CNT, a formação do governo interino estava inicialmente prevista para um mês após o anúncio da libertação do país.
Em um prazo de oito meses, no mais tardar, está prevista a organização de eleições constituintes, seguidas de eleições gerais um ano mais tarde.