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CNS quer ajuda se Rússia impedir ação da ONU na Síria

Os representantes do CNS, grupo opositor majoritário na Síria, tentam convencer os membros do Conselho de Segurança para que usem ''todos os recursos'' para frear a crise

Mulher síria chora pela morte de parentes em Treimsa, em 15 de julho: A votação do texto ocidental na ONU será realizada na quarta-feira (Unsmis/AFP)

Mulher síria chora pela morte de parentes em Treimsa, em 15 de julho: A votação do texto ocidental na ONU será realizada na quarta-feira (Unsmis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 20h33.

Nova York - O Conselho Nacional Sírio (CNS) afirmou nesta terça-feira que está disposto a pedir ajuda a outras organizações regionais se a Rússia exercer seu poder de veto para evitar que o Conselho de Segurança da ONU aplique sanções contra Damasco.

''Não podemos nos chocar de novo contra a parede russa. Se o veto do país evitar que o Conselho de Segurança faça algo, pedimos que outras opções sejam exploradas'', disse Bassma Kodmani, representante do CNS que junto a outros membros do grupo opositor se reuniu com várias delegações diplomáticas na ONU.

Os representantes do CNS, grupo opositor majoritário na Síria, viajaram para Nova York para convencer os membros do Conselho de Segurança para que usem ''todos os recursos'' possíveis para frear a crise e proteger a população civil.

Kodmani, que é o responsável pelas relações internacionais do CNS, defendeu a necessidade do Conselho de Segurança da ONU aprovar o projeto de resolução apresentado pelos países ocidentais para renovar o mandato dos observadores ocidentais.

O Conselho de Segurança deve realizar em breve uma votação sobre o texto apresentado na semana passada no Reino Unido. A poder de voto está nas mãos dos Estados Unidos, Alemanha, França e Portugal, além da Rússia, que já anunciou que vetará qualquer tipo de ameaça de sanções sob o Capítulo VII da Carta das Nações Unidas.

''Trata-se absolutamente da última oportunidade do Conselho de Segurança atuar com responsabilidade perante a crise síria. Se não fizer isto, exploraremos outras possibilidades'', disse Kodmani.


Para o CNS, se a Rússia vetar a ação do Conselho de Segurança mais uma vez, o resto das potências, que ''têm suas vontades soberanas e são capazes de tomar decisões'', deveriam mobilizar-se por conta própria para permitir que o povo sírio possa se defender.

''Se a ONU fecha a porta na cara da população síria, o país será palco de mais combates'', disse a opositora.

Kodmani, que também não deu detalhes de como os russos reagiram a seu pedido, confirmou que de qualquer forma o Conselho de Segurança deveria adotar uma resolução ''sob o Capítulo VII'' da Carta da ONU para defender o plano de paz de Kofi Annan o mais rápido possível.

''Essa resolução deveria enviar uma mensagem ao regime de Assad de que há consenso na comunidade internacional e de que os crimes que foram cometidos não ficarão impunes'', opinou Kodmani.

A proposta ocidental contempla a ameaça de sanções, enquanto a Rússia, respaldada pela China, se opõe. Após dias de negociações e contatos com líderes sírios pelas mãos do próprio Annan e também do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, espera-se um consenso por parte do Conselho de Segurança da ONU.

A votação do texto ocidental na ONU será realizada na quarta-feira. Segundo fontes diplomáticas, as delegações do Conselho negociam ainda mudanças no texto ocidental e discutem sobre a proposta apresentada pela Rússia na semana passada.

O projeto de Moscou busca a renovação, por três meses, do mandato dos observadores no país árabe, que termina em 20 de julho, mas não inclui pressões concretas sobre o regime do presidente sírio.

As resoluções de condenação ao regime do presidente sírio no Conselho de Segurança da ONU fracassaram até agora por causa da rejeição da China e Rússia, que exerceram seu direito a veto nas Nações Unidas em duas ocasiões, em outubro de 2011 e fevereiro de 2012.

Enquanto isso, a situação na Síria se agrava e, há três dias, os rebeldes lutam contra os leais ao regime de Al-Assad em diversos bairros de Damasco.

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