Apoiadores do presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, prostestam: Exército derrubou o presidente em 3 de julho e instaurou um governo interino (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 18h02.
Cairo - Um importante clube de futebol egípcio disse nesta terça-feira que vai suspender um de seus jogadores e colocá-lo à venda, depois que ele mostrou apoio ao presidente islamita deposto Mohamed Mursi.
Ahmed Abdelzaher também estará "impedido de representar o clube e não terá nenhum bônus", disse o clube Al Ahli em um comunicado divulgado em seu site.
Depois de marcar um gol no domingo, no jogo final da liga dos campeões africana, Abdelzaher exibiu o sinal de quatro dedos da Irmandade Muçulmana, que simboliza um ataque realizado pelas forças de segurança a um acampamento de protesto pró-Mursi no Cairo, em agosto, no qual centenas de islamitas foram mortos.
"A diretoria do Ahli Club se recusa a misturar esporte com política e decidiu suspender o jogador ao não permitir que ele represente o clube no Mundial do mês que vem no Marrocos", disse a equipe no comunicado.
"Abdelzaher confessou que cometeu um erro e disse que estava pronto para assumir qualquer penalidade", acrescentou o comunicado.
O jogador marcou o segundo gol na partida de domingo, que terminou em 2 x 0 para o Ahli. O agente dele, Mohamed Sheiha, disse o atleta tem quatro anos de contrato com o Al Ahli e que pretende cumpri-lo. "Esta decisão é injusta. Ahmed está chocado", afirmou ele em comentários na televisão.
O Exército derrubou Mursi em 3 de julho e instaurou um governo interino. Desde então houve uma operação de repressão à Irmandade, em que mais de 2 mil membros do grupo foram presos, incluindo Mursi e outros líderes.
As forças de segurança também mataram centenas de apoiadores de Mursi.
Muitos egípcios ficaram contra a Irmandade após o conturbado primeiro ano de governo Mursi e agora apoiam o general Abdel Fattah al-Sisi, que comandou a derrubada do presidente.
Em outubro, um egípcio campeão de kung fu foi proibido de representar o país após ter declarado apoio a Mursi.