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Clooney adverte ao Congresso sobre crise no Sudão

O ator e sua equipe visitaram as montanhas sudanesas de Nuba, no Cordofão do Sul, onde os habitantes fugiram às cavernas locais para sobreviver

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 16h58.

Washington - O ator George Clooney depôs nesta quarta-feira no Congresso dos Estados Unidos para advertir sobre a situação humanitária no sul do Sudão, aonde viajou na semana passada para gravar um vídeo de conscientização da comunidade internacional sobre as condições de vida na região fronteiriça do Cordofão do Sul.

Clooney viajou na semana passada à região com John Prendergast, cofundador da ONG Enough Project, criada para lutar contra o genocídio e os crimes contra a humanidade.

O ator e sua equipe visitaram as montanhas sudanesas de Nuba, no Cordofão do Sul - uma área de fronteiras pouco definidas entre Sudão e seu vizinho Sudão do Sul -, onde os habitantes fugiram às cavernas locais para sobreviver.

O vídeo descreve os episódios de violência que os civis sofrem por parte das Forças Armadas sudanesas, que realizam frequentes bombardeios aéreos nas montanhas de Nuba para provocar uma limpeza étnica.

Clooney e Prendergast testemunharam no Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, onde enfatizaram a necessidade de uma maior pressão internacional para terminar com o massacre.

O ator explicou que, embora muitas pessoas trabalhem na região há anos, é preocupante que o mundo ainda não se esforce em prestar atenção ao massacre que atinge a população civil sudanesa.


'Vamos continuar fazendo vídeos para disponibilizá-los ao público. O Sudão tem uma rede de ajudas muito mais forte que outras regiões deprimidas, que se manteve com o passar dos anos, mas nosso trabalho é ampliar sua presença e importância', acrescentou.

Clooney, quem em 2010 cofundou o Projeto Satélite Sentinela, cujo objetivo é captar imagens das atrocidades no interior do Sudão, pediu ao Congresso que aprove sanções contra o governo sudanês.

A crise humanitária na região começou em junho passado, pouco após o Exército sudanês atacar a região fronteiriça de Abyei, quando o Sudão do Sul preparava sua cisão e independência, concretizada um mês depois.

As relações entre Sudão e Sudão do Sul se deteriorou nos últimos meses entre acusações mútuas sobre o patrocínio de grupos rebeldes no território vizinho.

Cartum acusa Juba de patrocinar os guerrilheiros do Movimento de Libertação do Povo do Sudão - Norte, que combatem contra o governo sudanês, no Cordofão do Sul, algo rejeitado pelo Sudão do Sul.

Justamente na semana passada o Conselho de Segurança da ONU exortou a todas as partes do conflito que interrompam as 'operações militares nas zonas fronteiriças e ponham fim ao ciclo de violência' que marca as relações entre os dois países, segundo uma declaração presidencial estipulada pelos 15 membros do órgão.

O Conselho de Segurança se mostrou 'seriamente preocupado' com as informações de contínuos episódios de violência além da fronteira entre Sudão e Sudão do Sul, como movimentos de tropas, apoio a forças paramilitares e bombardeios aéreos, o que representa 'uma grave ameaça à paz e segurança internacionais'. 

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