Mundo

Civis são desalojados na fronteira entre Egito e Gaza

Autoridades começaram a demolir casas situadas na fronteira com Gaza, para facilitar luta contra extremistas


	Soldado egípcio na região do Sinai: até o momento não há números oficiais de desabrigados
 (Mohamed el-Shamed/AFP)

Soldado egípcio na região do Sinai: até o momento não há números oficiais de desabrigados (Mohamed el-Shamed/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 12h38.

Cairo - As autoridades do Egito começaram nesta quarta-feira a demolir as casas situadas a menos de 500 metros da fronteira com Gaza, após desalojar seus moradores, para facilitar a luta contra os extremistas nesta zona da Península do Sinai.

Um funcionário da administração local informou à Agência Efe que mil famílias tiveram que abandonar suas casas e que nesta primeira etapa serão destruídos cerca de 800 imóveis, principalmente na cidade de Rafah.

Até o momento não há números oficiais de desabrigados e a quantidade varia. Uma fonte afirma que eram 130 famílias desabrigadas.

Na sexta-feira, um atentado causou a morte de 31 soldados na zona, o que levou as autoridades a decretarem o toque de recolher e o estado de emergência na área.

De algumas casas em Rafah saem túneis ilegais que se conectam a Gaza e são usados para contrabando. As autoridades egípcias, que mantêm intenso controle na zona, denunciam que os túneis também foram usados por extremistas que efetuaram ataques contra o Exército e a polícia no Sinai.

As famílias foram avisadas na terça-feira que precisariam abandonar suas casas e tiveram pouco tempo para juntar seus móveis e pertences, segundo as fontes.

Inicialmente, a reação foi de raiva, mas a maioria dos habitantes compreenderam que a medida se deve a motivos de segurança, segundo um funcionário, que ressaltou que as autoridades começaram nesta quarta-feira as negociações para realojar os desabrigados e indenizá-los pela destruição de suas casas.

Essa zona neutra se estenderá entre 12 e 13 quilômetros, desde a costa mediterrânea ao longo da fronteira que o Egito compartilha com Gaza.

Segundo fontes, as duas próximas etapas, ainda não agendadas, terão o objetivo de ampliar a 'área de segurança' para até 1.500 metros da Faixa, o que significa a destruição da maior parte da área. No entanto, ainda não há nenhuma confirmação oficial sobre a operação.

Fontes do governo da província Sinai do Norte, citadas pela agência oficial 'Mena', disseram que a medida representa os esforços das autoridades para eliminar os focos terroristas e fechar a fronteira dos extremistas.

Isso facilitará o trabalho das forças de segurança na operação de rastreamento da zona em busca de radicais e de destruição dos túneis que conectam o Sinai a Gaza, que já foram alvo das operações de segurança.

O presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, alertou no sábado sobre o dilema 'existencial' que o terrorismo representa para o país e acusou as partes 'estrangeiras' de estarem por trás do ataque.

A Península do Sinai é foco de instabilidade há anos, mas os ataques contra as forças da ordem se intensificaram desde a queda do presidente islamita Mohammed Mursi, em julho de 2013.

Vários grupos jihadistas têm bases nesta península, entre eles Ansar Beit al Maqdis (Seguidores da Casa de Jerusalém) e Agnad Masr (Soldados do Egito).

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoFaixa de GazaPalestinaViolência política

Mais de Mundo

Agenda do G20 no Brasil entra na reta final; veja o que será debatido entre os líderes globais

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social