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Ciro: Dilma corre risco de cometer erros na campanha

A pré-candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, está apresentando um bom desempenho na fase dos "treinos livres" mas corre o risco de "derrapar em alguma curva" na hora da corrida. Essa afirmação foi feita hoje em entrevista à TV Estadão pelo deputado federal Ciro Gomes (CE), que também pretende sair candidato pelo PSB […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

A pré-candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, está apresentando um bom desempenho na fase dos "treinos livres" mas corre o risco de "derrapar em alguma curva" na hora da corrida. Essa afirmação foi feita hoje em entrevista à TV Estadão pelo deputado federal Ciro Gomes (CE), que também pretende sair candidato pelo PSB à Presidência da República.

Utilizando a figura de uma corrida de Fórmula 1, Ciro diz que ter um bom desempenho nos treinos livres - ou ter uma boa colocação nas pesquisas eleitorais antes do lançamento oficial da campanha - é importante porque é isso que determina a posição do competidor no grid de largada. Mas, afirma, na hora da corrida, tudo é diferente. E os riscos são sempre maiores para quem está estreando como candidata.

"Essa é a primeira disputa da vida dela. E se ela cometer um erro? Eu cometi, o Lula também", afirmou, referindo-se à campanha de 1994, quando Lula adotou um discurso crítico ao Plano Real, que estava em fase de implantação. Ainda assim, Ciro considera que Dilma é o melhor quadro que o PT poderia apresentar neste momento. "Ela é uma grande administradora, é séria, decente, gosta do povo. Mas é sua primeira campanha e pode cometer um erro", afirma.

Ciro voltou a fazer críticas ao governo Lula, do qual foi ministro da Integração Social, dizendo que o presidente Lula está "sentado em cima de sua popularidade". Ele diz que as boas políticas adotadas, como a melhoria dos salários, não são institucionais. "O que faz o povo nordestino votar no Lula não é o Bolsa-Família, mas a melhora dos salários, a oferta de crédito. Mas nada disso faz parte de um programa, de um desenho" afirma.

Outro problema, diz Ciro, é a "tentação humana de achar que está tudo bem". "O Brasil está bem quando se olha pelo retrovisor", afirma, dizendo que não houve avanços importantes em termos de moradia, tecnologia, política industrial e comércio exterior. "O Brasil está perdendo o passo", afirma. "Depois que o Lula se elegeu, acabou a agenda?", diz.

Outro foco de críticas de Ciro é a aliança do PT com PMDB que, segundo ele, está "assentada em frouxidão moral". "O Brasil precisa de alianças. A questão é como se organiza a aliança e para que", diz. "Se o objetivo é nomear gente sem qualificação moral, não se está fazendo uma boa aliança", afirma. "A coalizão do PT com o PMDB na Câmara é escandalosa", atacou.

Candidatura

Ciro Gomes diz que não foi procurado por Lula com o objetivo de convencê-lo a desistir de sua candidatura à Presidência da República. "Pela delicadeza com que ele me trata, acho que ele não vai me pedir isso", afirmou. De todo modo, Ciro diz que aceitará a decisão do PSB sobre o lançamento de sua candidatura. Mas garante que, se não for candidato a presidente, vai "parar" com a política.

"Vou escrever, vou ler, vou dar aula. Não tenho a política como meio de subsistência", afirmou. Assim, ele reforçou que não quer ser candidato ao governo de São Paulo, como chegou a ser cogitado. "Fico honrado com essa ideia, mas não tenho vontade", afirma. Para o governo paulista, Ciro diz que defende a candidatura própria do PSB do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e não o apoio ao petista Aloizio Mercadante.

Ciro negou que sua candidatura tenha como objetivo ser mais uma fonte de ataque contra o tucano José Serra. "Minha biografia mostra que não entraria em uma candidatura dessas por razões mesquinhas. Só se eu fosse um aloprado", afirmou. Segundo ele, é seu objetivo promover o debate, evitando assim que o pleito se torne um "falso plebiscito, despolitizado".
 

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