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Cinco pontos essenciais para entender os efeitos das eleições na União Europeia

UE decidirá vários temas-chave nos próximos anos, em áreas como mudança climática e Guerra da Ucrânia

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 10 de junho de 2024 às 06h39.

Última atualização em 10 de junho de 2024 às 09h44.

As eleições para o Parlamento Europeu terminaram neste domingo, com as projeções apontando para uma vitória do bloco formado pela centro-direita, sociais-democratas e liberais. Porém, o avanço da ultradireita foi histórico, levantando questões sobre como alguns assuntos deverão ser tratados pelo bloco nos próximos cinco anos. Veja alguns deles analisados pela Reuters.

Clima

Os próximos cinco anos serão cruciais para a Europa atingir seus objetivos climáticos de 2030. A UE passou sua última legislatura no Parlamento aprovando uma série de pacotes que incentivaram a transição energética verde. No entanto, a queda no número de representantes da bancada ambientalista e a eleições de eurodeputados mais céticos com o clima podem fazer essas políticas serem revisadas pelos próximos anos, incluindo a de banir a venda de carros a combustão até 2035.

Defesa e Ucrânia

Assuntos relacionados à Defesa são mais da esfera dois países-membros, não do Parlamento. Portanto, o resultado do pleito do final de semana não deve alterar de forma imediata a ajuda à Ucrânia. No entanto, o Parlamento terá um papel importante no sentido de incentivar uma cooperação maior entre os membros do bloco até para reforçar suas forças militares. A vitória de partidos que se opõem a essa integração podem dificultar o avanço dessas tratativas.

Comércio

O principal papel do Parlamento Europeu na política comercial da UE consiste em aprovar acordos de comércio livre. O órgão legislativo não está diretamente envolvido em práticas como imposição de tarifas, por exemplo. A Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, argumenta que a UE preciso de mais acordos para compensar a saída da Rússia e reduzir a dependência da China. Acordos com o Mercosul e México aguardam aprovação, mas devem sofrer mais resistência com a eleição de eurodeputados nacionalistas.

Relações com EUA e China

A UE acredita que precisa ter uma posição unificada em relação às duas maiores potências do mundo, sobretudo se Donald Trump voltar à Casa Branca em novembro. Especialistas apontam que partidos nacionalistas de direita defendem uma Europa mais "frouxa" e menos coesa nesse sentido, o que pode dificultar essas tarefas, principalmente na área comercial.

Reforma da UE

O bloco precisa de novas políticas agrícolas e revisar a ajuda financeira que dá a seus países-membros antes de admitir novas nações na aliança, como a Ucrânia. Para isso, a UE precisa mudar a forma como toma decisões, reduzindo a necessidade da unanimidade, cada vez mais difícil de alcançar. Se essas reformas forem aprovadas, o Parlamento pode se tornar uma voz importante para eurodeputados da extrema-direita, contra uma integração mais profunda da UE.

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