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Cinco pessoas morrem em aeroporto de Cabul após Talibã tomar capital

Uma testemunha que esperava um voo há mais de 20 horas disse que não estava claro se os cinco foram baleados ou pisoteados durante uma dispersão

Afeganistão: combatente do Taliban senta em cima de veículo blindado do lado de fora do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul (Stringer/Reuters)

Afeganistão: combatente do Taliban senta em cima de veículo blindado do lado de fora do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul (Stringer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2021 às 08h39.

Cinco pessoas foram mortas em meio a uma grande confusão no aeroporto de Cabul nesta segunda-feira, disseram testemunhas, enquanto tropas dos Estados Unidos vigiavam a retirada de funcionários da embaixada um dia depois de o Talibã dominar a capital do Afeganistão e declararem que a guerra acabou e a paz prevaleceu.

Não ficou claro de imediato como as vítimas morreram. Uma autoridade dos EUA disse que soldados atiraram para o alto para deter pessoas que tentavam embarcar à força em um voo militar que deveria retirar diplomatas e pessoal da embaixada norte-americana da cidade.

Uma testemunha que esperava um voo há mais de 20 horas disse que não estava claro se os cinco foram baleados ou pisoteados durante uma dispersão. Autoridades dos EUA no aeroporto não estavam acessíveis de imediato para comentar.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, era possível ver três corpos no chão perto do que parecia uma entrada lateral do aeroporto. A Reuters não conseguiu verificar a filmagem. Outra testemunha disse que também viu cinco corpos.

O caos se instaurou enquanto autoridades do Taliban declaravam que a guerra acabou e emitiam comunicados visando acalmar o pânico que cresce em Cabul agora que os militantes, que governaram entre 1996 e 2001, derrotaram as forças governamentais apoiadas pelos EUA.

O presidente Ashraf Ghani fugiu do país dizendo que queria evitar derramamento de sangue no domingo, quando os militantes islâmicos entraram em Cabul praticamente sem resistência.

Um porta-voz do Taliban, Suhail Shaheen, disse em uma mensagem no Twitter que os combatentes receberam ordens rígidas de não fazer mal a ninguém.

"A vida, a propriedade e a honra de ninguém serão violadas, mas devem ser protegidas pelos mujahideen", disse.

Mais cedo, Mohammad Naeem, o porta-voz do escritório político do Taliban, disse à Al Jazeera TV que o povo afegão e seu grupo testemunharam os frutos de seus esforços e sacrifícios ao longo de 20 anos. "Graças a Deus, a guerra acabou", disse.

O Taliban só precisou de pouco mais de uma semana para assumir o controle do país com uma operação-relâmpago que terminou na capital. As forças do governo, treinadas durante anos e equipadas pelos EUA e outros países a um custo de bilhões de dólares, se esfacelaram.

A Al Jazeera transmitiu imagens do que disse serem comandantes do Taliban no palácio presidencial com dezenas de combatentes armados.

Naeem disse que a forma do novo regime afegão será esclarecida em breve, acrescentando que o Talibã não quer viver isolado e quer relações internacionais pacíficas.

Em Washington, críticos da decisão do presidente norte-americano, Joe Biden, de retirar as tropas dos EUA do país disseram que o caos é resultado de uma falta de liderança.

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