Sede da Cientologia na Flórida: juízes consideraram que duas principais entidades da Cientologia na França contavam com estrutura destinada a extorquir pessoas (Edward Linsmier/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 11h42.
Paris - A Igreja da Cientologia foi condenada nesta terça-feira definitivamente na França por fraude e formação de quadrilha, depois que o Tribunal de Cassação, a instância judicial mais importante no país, rejeitou o recurso apresentado pela organização.
A entidade, como havia anunciado em fevereiro de 2012, quando o Tribunal de Apelação confirmou sua condenação, ressaltou hoje que pensa recorrer da sentença perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
"É evidente que o Tribunal de Cassação não quis se sujar, tomar uma decisão corajosa. Um caso como esse precisa ser levado a Estrasburgo, para que possa ser julgado sem pressões", disse à EFE o porta-voz da Cientologia na França, Eric Roux.
O recurso, segundo indicou, será apresentado no mês que vem, e nesse tempo planejam seguir com seu trabalho na França e lutar para que prevaleça, segundo sua opinião, "a liberdade religiosa".
"Não é possível que seja religião em um lugar e, no outro, não. Um país, quando quer se livrar de uma religião, diz que é uma seita", criticou o porta-voz sobre o fato de a Cientologia ser considerada uma seita na França, mas uma religião nos Estados Unidos e em outros países, como a Espanha e a Itália.
Na audiência de 4 de setembro, os defensores da Cientologia denunciaram precisamente que em seu caso havia se atentado contra a liberdade religiosa, enquanto o advogado geral do Tribunal de Cassação apontou que na origem da condenação havia apenas "infrações à legislação penal".
Os juízes, na sentença de fevereiro de 2012 do Tribunal de Apelação, consideraram provado que as duas principais entidades da Cientologia na França contavam com uma estrutura destinada a extorquir pessoas vulneráveis.
Membros da Cientologia consideraram que a sentença era consequência de "pressões sobre a Justiça", vindas "principalmente do Ministério da Justiça" e da Missão de Luta contra as Seitas (Miviludes), e hoje foi reiterado que o processo contou com "ingerências" estatais.