Outros produtos podem ser desenvolvidos a partir do biopolímero, como remédios, fio de sutura e embalagens de descarte rápido. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 10h08.
São Paulo - No estado do Amazonas há dois anos, Aldo Procópio, pesquisador do Instituto de Ciências Médicas da USP, estuda a produção de plástico biodegradável a partir de microorganismos dos rios amazônicos.
Procópio estuda as bactérias que acumulam polímeros, moléculas formadas quando duas ou mais moléculas, chamadas monômeros, se combinam umas às outras. O objetivo da pesquisa é reduzir o uso do plástico derivado do petróleo e contribuir de forma significativa para a preservação do meio ambiente.
Enquanto o material derivado do petróleo leva quase 400 anos para se degradar no meio ambiente, o bioplástico é degradado em seis meses. O pesquisador iniciou os estudos começaram com o isolamento das bactérias coletadas dos rios amazônicos, principalmente o Negro, Solimões e o Madeira. Segundo ele, no período da seca e baixa dos rios, ocorre uma escassez de nutrientes, o que favorece o desenvolvimento de microorganismos com potencial para estocar fonte de carbono em seu interior e nos fornecer o biopolímero.
O estudo também indica que outros produtos podem ser desenvolvidos a partir do biopolímero, como remédios, fio de sutura, pinos de sustentação de ossos utilizados em cirurgias ortopédicas, cápsulas que envolvem medicamentos e embalagens de descarte rápido.
A pesquisa faz parte do Programa de Desenvolvimento Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
O DCR tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e consiste em apoiar com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros estados e no Amazonas interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas, fixando-os na região.