Veneza, na Itália, é uma das cidades que podem quebrar, por conta da crise (DanieleDF1995/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 08h41.
Londres - Europeus e americanos enfrentarão um desafio em 2011: solucionar a dívida de mais de US$ 3,7 trilhões de suas cidades. Nos Estados Unidos, mais de cem delas estão à beira da falência. Na Europa, o problema também atinge várias cidades: Barcelona, Madri, Liverpool e Veneza lutarão durante o novo ano para não quebrar diante da falta de crédito do governo e da recusa de bancos em financiar a dívida sem precedentes.
Desde 1937, 619 cidades americanas declararam falência. Para 2011, a estimativa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de que apenas a dívida das cidades dos Estados Unidos chegue a US$ 2 trilhões e que mais de uma centena esteja perto da insolvência.
Para não ver o desemprego atingir números que poderiam criar uma desestabilização social, muitos municípios optaram por financiar a manutenção de várias atividades econômicas. Mas deixaram de receber o apoio dos governos estaduais e do governo federal e ainda se depararam com uma queda importante na arrecadação.
Do outro lado do Atlântico, a crise é tão grave quanto nos Estados Unidos. Para 2011, as cidades europeias acumulam um déficit de US$ 1,7 trilhão. Só a capital espanhola terá de encontrar créditos de 7 bilhões para pagar suas contas. O governo espanhol terá de deixar claro que não autorizará um novo crédito público a Madri enquanto não enxergar um compromisso da cidade em reduzir seus gastos. Hoje, a capital espanhola acumula dívida pública equivalente a 105% de sua arrecadação.
No Reino Unido, Liverpool já anunciou que promoverá cortes em gastos que poderão custar 16 mil empregos. Em Veneza, na Itália, a dívida já é equivalente a tudo o que a cidade arrecada no ano. Berlim, na Alemanha, já acumula uma dívida quatro vezes superior ao que arrecada por ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.