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Cidades adotam a política de menos carros e mais bikes

O automóvel particular, o grande vilão da história, aos poucos vai perdendo espaço para a simpática mocinha magrela, a bicicleta

Suwon: 500 bicicletas estão agora à disposição para aluguel (ICLEI/Creative Commons)

Suwon: 500 bicicletas estão agora à disposição para aluguel (ICLEI/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2014 às 18h50.

São Paulo - O movimento mundial por metrópoles com melhor mobilidade urbana e, de quebra, mais humanas e com maior qualidade de vida não para de crescer e frutificar.

O automóvel particular, o grande vilão dessa história, aos poucos vai perdendo espaço para a simpática mocinha magrela, a bicicleta.

De Madri vem o exemplo mais contundente: de acordo notícia veiculada no início da semana pelo jornal El País, a câmara municipal da capital espanhola decretou a proibição de veículos na região central.

A medida valerá a partir do início de 2015 em uma área de quase dois quilômetros, onde dezenas de câmeras de segurança vão garantir multas pesadas para motoristas que não respeitarem a lei.

Em março, também Paris já havia proibido a circulação de automóveis particulares nas ruas centrais da cidade.

Mas a Coréia do Sul radicalizou de vez com um incrível Festival Mundial da Eco-Mobilidade, na cidade de Suwon, dando um grande exemplo a ser seguido.

O desafio: durante um mês inteiro os moradores de um bairro chamado Haenggung-dong deveriam abandonar seus carros e se locomover com opções mais sustentáveis, como bicicletas, transportes públicos e caminhadas.

Durante os trinta dias da empreitada quase 4 500 pessoas nem chegaram perto de seus cerca de 1 500 carros. O evento aconteceu exatamente um ano atrás, mas os efeitos do festival hoje são ainda mais percebidos.

Os moradores de Suwon acharam tão interessante e divertida essa mudança de hábitos que a adotaram em definitivo.

Ouvindo as reivindicações da população, as autoridades adaptaram as ruas do bairro Haenggung-dong.

Muitas delas transformaram-se em calçadões onde agora muitas árvores e bancos as tornaram mais amigáveis a pedestres e ciclistas.

Os moradores de Suwon queriam ainda mais e conseguiram: estacionamentos localizados nas principais avenidas foram desativados e 500 bicicletas estão agora à disposição para aluguel.

Antes os reis da rua, os carros ficaram relegados a segundo plano. Os que ainda circulam não podem ultrapassar os 30km/h. Mas só durante a semana, porque aos sábados e domingos eles estão proibidos, como todos pediram.

Enquanto isso, na contramão segue o avanço das bicicletas. Em São Paulo, uma pesquisa mostrou que 80% da população aprova a expansão das ciclovias e quer mais é que elas proliferem.

O prefeito já abriu 80 quilômetros delas e promete 400 quilômetros até o final do ano, inclusive na periferia da capital paulista. Em Nova Iorque, a prefeitura já abriu 700 quilômetros de caminhos exclusivos para bikes.

E para os comerciantes – tanto os nova-iorquinos, como os paulistanos – que chiaram com as novas ciclovias, porque diziam que elas atrapalhavam as vendas, o veredicto final: um estudo encomendado pelo Departamento de Transportes da metrópole norte-americana provou exatamente o contrário.

A pesquisa chamada Measuring the street: New metrics for the 21st century (Medindo a rua: novas métricas para o século 21) apontou que, em determinadas ruas onde as ciclovias foram instaladas o movimento do comércio cresceu substancialmente.

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