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Cidade sitiada pelo Estado Islâmico tem violentos combates

As forças curdas enfrentavam os jihadistas em Kobane, cidade síria que está a ponto de ser controlada pelo Estado Islâmico

Supostos jihadistas hasteiam uma bandeira em uma colina no leste de Kobane (Aris Messinis/AFP)

Supostos jihadistas hasteiam uma bandeira em uma colina no leste de Kobane (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 11h26.

Mursitpinar  - As forças curdas enfrentavam nesta terça-feira os jihadistas em Kobane, cidade síria que está a ponto de ser controlada pelo grupo Estado Islâmico (EI), contra quem a Turquia defendeu uma operação terrestre por parte da coalizão.

Depois de uma ofensiva iniciada há três semanas para tentar controlar a cidade estratégica curda, próxima da fronteira com a Turquia, os jihadistas do EI entraram na localidade na segunda-feira e ocuparam três bairros da zona leste, superando o combatentes curdos, que são menos numerosos e têm menos armas.

Na fronteira turca era possível ouvir os disparos procedentes da cidade, que ainda conta com uma bandeira curda hasteada na área central. Os combates de rua prosseguiram durante a noite.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou nesta terça-feira que "lançar bombas do ar não acabará com o terror. O terror não vai parar até cooperarmos para uma operação terrestre com os que travam combate no terreno".

"Os meses se passaram e não conseguimos nenhum resultado. Kobane está prestes a cair", acrescentou ante refugiados sírios em um acampamento de Gaziantep (sul da Turquia).

O avanço do EI no norte da Síria colocou a Turquia na linha de frente do conflito. Apesar de ainda não intervir militarmente, seu Exército recebeu autorização do Parlamento para agir no Iraque e na Síria, no momento em que os Estados Unidos e outros aliados da coalizão descartaram mobilizar tropas terrestres.

Em Kobane, o EI enfrenta a resistência feroz dos combatentes das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), principal milícia curda síria. Trata-se de "uma guerrilha urbana", segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane.

De acordo com a ONG, mais de 400 pessoas, em sua maioria combatentes curdos e jihadistas, morreram em Kobane desde o início da ofensiva em 16 de setembro.

Se os jihadistas, que já ocupam grandes regiões do norte e do leste sírio, conquistarem a totalidade de Kobane, a terceira principal cidade curda da Síria, eles dominarão uma longa faixa ininterrupta de território na fronteira Síria-Turquia.

Até o último curdo

Muitos habitantes da cidade fugiram por temor das represálias dos jihadistas, que espalham o terror nas regiões que controlam na Síria e no Iraque, com estupros, execuções, perseguições e outras atrocidades.

Os aviões da coalizão liderada pelos Estados Unidos atacaram novamente nesta terça-feira as posições controladas pelo EI no sudoeste de Kobane.

Cada disparo que atinge o alvo levanta uma espessa fumaça negra que é saudada por aplausos e gritos de dezenas de civis curdos reunidos do lado turco da fronteira para acompanhar o andamento dos combates.

Mas para um militante contactado pela AFP, Mustafa Ebdi, esses ataques têm tido pouco impacto sobre o avanço dos jihadistas.

No entanto, "mesmo que só possuam armas leves, os combatentes curdos conhecem a geografia de Kobane de cor. Eles vão defender a sua cidade, até o último deles".

Os ataques "são insuficientes para derrotar os terroristas no terreno", afirmou um oficial curdo, Idriss Nahsen, que pediu "armas e munições".

Êxodo

A ofensiva do EI, que conseguiu tomar 70 aldeias no caminho para Kobane, levou à fuga de cerca de 300 mil pessoas, mais de 180 mil se refugiaram na Turquia.

Para chamar a atenção para a batalha de Kobane, dezenas de manifestantes curdos invadiram brevemente o Parlamento Europeu em Bruxelas, onde seu presidente, Martin Schulz, garantiu o apoio da instituição aos "esforços internacionais" para parar o EI.

Ainda na Síria, um padre e vários cristãos foram sequestrados pela Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, que luta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, informou nesta terça-feira a ordem franciscana do sacerdote.

A ordem franciscana está sem notícias do padre Hanna Jalluf e dos paroquianos que foram capturados no domingo à noite em Qunya (noroeste), perto da fronteira com a Turquia, informou a Custódia da Terra Santa.

No Iraque, caças F-16 holandeses lançaram seus primeiros ataques contra o grupo EI para ajudar os combatentes curdos no norte do país.

Vários países ocidentais estão envolvidos nos ataques no Iraque, onde os militares americanos utilizaram pela primeira vez helicópteros, o que marca uma escalada na gestão do conflitos e expõe ao perigo as tropas americanas.

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