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Cidadãos de Hong Kong vão às ruas pedir democracia

Os manifestantes exigem a renúncia de Leung Chun-ying, chefe do Executivo da região chinesa

Manifestantes lotam distrito finaceiro de Hong Kong em protesto a favor de reforma democrática (REUTERS/Bobby Yip)

Manifestantes lotam distrito finaceiro de Hong Kong em protesto a favor de reforma democrática (REUTERS/Bobby Yip)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 13h31.

Hong Kong - Dezenas de milhares de cidadãos de Hong Kong tomaram as ruas do território nesta segunda-feira, exigindo a renúncia de Leung Chun-ying, chefe do Executivo da região chinesa, e a adoção das prometidas reformas democráticas para que a população possa escolher seu principal representante.

A marcha anual de protesto tem se tornado cada vez mais popular nos últimos anos, o que destaca o crescente abismo entre Hong Kong e a China continental, 16 anos depois de o território ter deixado de ser uma colônia inglesa e ter voltado para o controle de Pequim.

Neste ano, os manifestantes demonstram sua raiva em relação à performance de Leung Chun-ying, cuja administração tem sido marcada por uma controvérsia atrás da outra, desde que ele assumiu, um ano atrás. Leung não foi eleito, mas escolhido por um comitê formado principalmente pelas elites pró-Pequim e pró-mercado.

Os manifestantes enfrentaram fortes chuvas para se reunirem no ponto inicial da marcha, num parque da região central. Organizadores disseram que 430 mil pessoas participam da marcha, mas a polícia diz que foram, no máximo, 66 mil.

Pequim prometeu deixar que a população de Hong Kong escolha seu próprio líder, conhecido como chefe do Executivo, mas não antes de 2017. A eleição do Legislativo deve acontecer até 2020.

Mas os moradores da cidade, que agora é uma região administrativa especial da China, estão frustrados com os poucos sinais de progresso na elaboração das mudanças e alguns temem que elas possam nunca acontecer.


A popularidade de Leung caiu para um nível quase recorde em meados de junho, segundo pesquisa da Universidade de Hong Kong.

Pouco depois de assumir o cargo, Leung, milionário que construiu a própria fortuna como corretor de imóveis, se envolveu num escândalo sobre a construção de anexos ilegais em sua mansão.

Logo depois, ele deixou pais de alunos indignados ao tentar introduzir aulas de patriotismo chinês nas escolas, o que foi visto por muitos como uma tentativa de lavagem cerebral.

Mais recentemente, Barry Cheung, membro do gabinete de Leung, foi forçado a deixar todos os seus cargos públicos depois de a polícia ter iniciado uma investigação em sua bolsa de negociação de futuros, opções e outros derivativos.

Na semana passada, o primeiro secretário de desenvolvimento de Leung, Mak Chai-kwong, foi condenado por um esquema de fraude envolvendo aluguéis, juntamente com outro funcionário do governo. Fonte: Associated Press.

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