Ciclone Yasi se aproxima da costa da Austrália (Reuters/Agência Meteorológica do Japão/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2011 às 13h28.
Cairns, Austrália - Policiais barraram pessoas desesperadas que tentavam entrar em abrigos superlotados no nordeste da Austrália, nesta quarta-feira, enquanto um dos mais violentos ciclones da história do país se aproximava de diversas localidades turísticas da costa.
As primeiras rajadas de vento já atingiram a costa do Estado de Queensland, enquanto moradores e mochileiros se apressavam em encontrar um refúgio, horas antes da chegada do ciclone Yasi.
Selwyn Hughes, barrado num shopping center transformado em abrigo na cidade turística de Cairns, estava com a família em um estacionamento ao ar livre. "Há muitos de nós aqui. Certamente eles têm de fazer alguma coisa, encontrar algum lugar mais seguro para nos levar antes que (o ciclone) chegue", disse Hughes, que estava com seus cinco filhos, de 2 a 13 anos.
Engenheiros alertaram que, com ventos de até 300 quilômetros por hora, o Yasi poderá destruir até mesmo as casas "anticiclone" construídas nos últimos anos. "Estamos enfrentando uma tempestade de proporções catastróficas", disse a primeira-ministra do estado de Queensland, Ann Bligh. "Todos os aspectos desse ciclone serão aterradores e potencialmente muitíssimos daninhos."
Ela tinha palavras desanimadoras para quem ainda não achou abrigo: "É hora de toda a movimentação e retirada cessar." Bligh disse que 10.680 pessoas lotam os abrigos.
Mais de 400 mil pessoas vivem na rota prevista do ciclone, que inclui as cidades turísticas de Cairns, Townsville e Mackay, pontos de acesso à Grande Barreira de Corais.
Imagens de satélite mostram o Yasi como uma enorme tempestade com o tamanho aproximado da Itália ou Nova Zelândia. Trata-se de uma tempestade na categoria 5, a maior da escala, e ela pode adentrar centenas de quilômetros na ilha-continente, inclusive em áreas que ainda se recuperam das inundações dos últimos meses.
Bligh disse que há previsão de ondas de até sete metros acima do normal. Minas, ferrovias e portos de exportação de carvão já fecharam.