Noam Chomsky: linguista famoso e destaque da esquerda americana, ele foi investigado pela CIA durante as décadas de 1960 e 1970. (William B. Plowman/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2013 às 09h17.
São Paulo – A revista norte-americana Foreign Policy obteve documentos que mostram pela primeira vez que a agência de inteligência dos Estados Unidos tinha um arquivo secreto dedicado ao professor Noam Chomsky, do MIT, talvez o maior linguista de sua geração. Ele se destacou fora da academia por seu ativismo contrário à Guerra no Vietnã e por sua militância de esquerda.
Por anos, a CIA negou que guardasse documentos sobre Chomsky, mas a revista fez um pedido com base no Ato de Liberdade de Informações para o FBI por registros oficiais entre a CIA e o FBI. Pedidos feitos antes com essa mesma prerrogativa eram negados pela CIA, que reiterava a inexistência de informações sobre Chomsky.
Um memorando de junho de 1970, porém, cita o ativista ao falar de uma viagem de norte-americanos ao que, na época, era o Vietnã do Norte. Um oficial da CIA afirma que a viagem foi feita “com apoio de Noam Chomsky” e pede informações sobre as pessoas associadas. O memorando ainda discute as atividades de Chomsky em detalhes.
Segundo um especialista em cooperação CIA-FBI e coelta de informações consultado pela revista, a comunicação confirma que havia informações sobre o ativista e que um novo relatório foi feito a pedido da CIA. Como a agência agora nega a existência de arquivos, é provável que eles tenham sido destruídos.
A CIA ainda não comentou sobre o memorando divulgado pela Foreign Policy. Confira o documento que a agência repassou à revista: