Parada Gay, em São Paulo: no final de semana do evento, a ocupação dos hotéis da região da avenida Paulista passa do patamar de 50% a 60% - típico dos finais de semana – para 80% (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2011 às 19h12.
São Paulo - O público que participou da 15ª Parada do Orgulho LGBT não se desanimou com a chuva que caiu na capital paulista e lotou a Avenida Paulista neste domingo.
Este ano o lema do desfile foi 'Amai-vos uns aos outros - Basta Homofobia' e os 3 milhões de participantes, estimativa da organização do evento, buscaram defender a aprovação de uma lei que criminaliza as práticas homofóbicas.
"Ao completar 15 anos de parada, que esse début, esse grito de passagem e essa transformação sejam para a gente pensar que a maior demanda do movimento, além da criminalização da homofobia, é garantir os direitos dos nossos companheiros travestis e transexuais, que são a parte mais frágil do movimento", manifestou o presidente da associação do desfile, Ideraldo Beltrame, citado pela "Agência Brasil".
Cercada por um intenso efetivo policial formado por 1,5 mil agentes, a manifestação começou com valsa e encerrou coma música eletrônica se apoderou da avenida mais conhecida de São Paulo.
Banderas do arco íris, o símbolo dos homossexuais, estavam por todos os cantos, enquanto que os participantes, com guarda-chuva, fantasias e grandes leques, dançavam, tiravam fotos e se divertiam.
No entanto, alguns dos presentes denunciaram a perda de conteúdo do evento, que com o passar das edições, a marcha está perdendo o espírito de protesto social que a inspirou.
"Já não se trata de reivindicar, a intenção é participar de uma festa, além disso, nas regiões mais tumultuadas o que se vê são pessoas que vêm para beber ou mesmo roubar", disse à Agência Efe, Rafael, um homossexual de 26 anos morador de São Paulo, que participa do desfile há oito anos.
Caroline, de 23 anos, explicou que neste domingo assistiu ao desfile pela primeira vez e acrescentou que, apesar da celebração de atos como o de hoje no Brasil, ainda há muito preconceito contra os homossexuais.
"Há muito preconceito velado, escondido. Pessoas que dizem que aceitam, masque fiquem longe delas", disse.
Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o desfile "é uma demonstração de cidadania de todos os brasileiros que aqui vivem e que querem uma cidade, um país e um mundo cada vez mais voltado para ações de cidadania, mostrando que a grande maioria dos brasileiros respeita a diversidade e os direitos humanos".