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Choques em corte que julga morte de jovem deixam feridos

Várias pessoas ficaram feridas em choques entre ativistas e policiais, enquanto era realizado o julgamento de dois policiais pela morte do blogueiro Khaled Said


	Egito: caso do blogueiro fez surgir na internet o grupo "Todos somos Khaled Said"
 (AFP)

Egito: caso do blogueiro fez surgir na internet o grupo "Todos somos Khaled Said" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 12h48.

Cairo - Várias pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira em choques entre ativistas e policiais na cidade egípcia de Alexandria, enquanto era realizado o julgamento de dois policiais pela morte do blogueiro Khaled Said, confirmaram à Agência Efe fontes de segurança.

Dezenas de pessoas se congregaram em frente ao Tribunal Penal dessa cidade portuária para pedir justiça pela morte do jovem, ocorrida em junho de 2010 e considerada um dos detonantes dos protestos que desbancaram do poder o então presidente Hosni Mubarak.

Entre os feridos há dois policiais, segundo fontes de segurança, e vários ativistas, um deles em estado grave, disse à Agência Efe um membro do movimento juvenil 6 de Abril, Islã el Hadri, presente nos enfrentamentos.

Hadri assegurou que, além disso, as forças de segurança mantêm retido um dos jovens dentro do tribunal.

O Ministério do Interior indicou através de um comunicado que advertiu aos manifestantes que deixassem de obstaculizar o tráfego, "mas eles insistiram, por isso que a polícia foi obrigada a dispersá-los com canhões de água e gás lacrimogêneo".

No entanto, Hadri destacou que "era uma simples concentração de apoio e, de repente, (as forças de segurança) começaram a lançar gás lacrimogêneo".


"Tínhamos a esperança de que houvesse um julgamento justo, mas parece que haverá o mesmo final que na anterior audiência, ou seja, atrasos e adiamentos", acrescentou Hadri.

O tribunal de Alexandria adiou até 4 de dezembro o julgamento do suboficial Mahmoud Salah Mahmoud e o sargento Awad Ismail, acusados de deter ilegalmente e ter torturado Khaled Said até a morte.

Ambos os agentes foram condenados em outubro de 2011 a sete anos de prisão por outro tribunal, mas a Corte de Cassação anulou a decisão em dezembro e ordenou a repetição do julgamento.

Os dois policiais foram postos em liberdade em 1 de junho, após ter superado os 35 meses de prisão preventiva.

Durante o primeiro processo, uma comissão médica declarou que o jovem morreu por asfixia, ao ter introduzido no garganta um envoltório de maconha enquanto estava inconsciente.

No entanto, as autoridades sempre defenderam que foi Said quem engoliu o envoltório e que as lesões sofridas não foram a causa de seu falecimento.

O caso do blogueiro fez surgir na internet o grupo "Todos somos Khaled Said", que serviu como plataforma de troca de opiniões políticas entre os internautas egípcios, os mesmos que meses mais tarde saíram às ruas para pedir a renúncia de Mubarak.

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