No confronto foram utilizados pedras, paus, barras de ferro e armas brancas (Habibou Kouyate/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2012 às 21h32.
Bamaco - Várias pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira nos violentos confrontos ocorridos em Bamaco entre partidários da junta militar de Mali e manifestantes que protestavam contra o golpe de Estado que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré no último dia 22, segundo uma fonte da Cruz Vermelha.
A fonte destacou que não foi registrada nenhuma morte nos choques, que ocorreram nos arredores da sede do Ministério do Trabalho, onde ainda é possível observar vestígios dos enfrentamentos.
Vários veículos carbonizados e inúmeras pedras podem ser visualizados nos arredores do ministério, onde simpatizantes e líderes dos partidos políticos e associações reunidos na Frente para a Defesa da Democracia (FDD) pretendiam se concentrar para denunciar o levante militar ocorrido na quinta-feira passada.
No entanto, o comício foi encerrado quando partidários do golpista Comitê Nacional para o Restabelecimento da Democracia e a Restauração do Estado (CNRDRE), dirigido pelo capitão Amadou Haye Sanogo, agrediram os manifestantes.
A situação terminou em confronto e foram utilizados pedras, paus, barras de ferro e armas brancas.
Os simpatizantes do golpe de Estado protagonizaram na quarta-feira uma grande manifestação em Bamaco para expressar seu apoio à junta, sem que fossem registrados incidentes.
Os opositores, que haviam se entrincheirado no interior do Ministério do Trabalho, foram retirados pelas forças de segurança, que chegaram ao local para tentar apaziguar a situação.
Estes enfrentamentos coincidiram com a suspensão da reunião prevista para esta quinta-feira na capital de Mali entre uma delegação da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e os dirigentes golpistas.
A cúpula foi cancelada depois que partidários do golpe ocuparam a pista de aterrissagem do aeroporto internacional de Bamaco, onde os aviões nos quais viajavam os membros da delegação da Cedeao, composta por seis presidentes africanos, deveriam pousar.
Após a impossibilidade de aterrissar em Bamaco, a delegação de presidentes da Cedeao decidiu se reunir nesta quinta na Costa do Marfim.
A Cedeao, que condenou o levantamento militar e suspendeu Mali da organização, tinha a intenção de falar com o chefe da junta militar para encontrar uma solução à crise que o país atravessa.