Homem observa pintura de Mao Tse-Tung em Pequim em 2005: o processo provocou críticas na China (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 08h53.
Pequim - Um octogenário chinês foi condenado a três anos e meio de prisão por um homicídio cometido durante as atrocidades da Revolução Cultural maoísta, ao fim de um processo inusitado e polêmico.
A pena de Qiu Riren foi anunciada pelo tribunal penal do distrito de Rui'An (província oriental de Zhejiang).
Qiu foi julgado em 18 de fevereiro em sua residência - os debates duraram apenas um dia - pelo assassinato em 1967 de um médico acusado de espionagem, segundo a imprensa local.
Ele era acusado de ter estrangulado com uma corda o médico, chamado Hong, e de ter cortado as pernas da vítima antes de enterrar o corpo.
Este processo por um crime cometido durante a Revolução Cultural (1966-1976), durante a qual milhões de pessoas morreram em um contexto caótico, provocou críticas na China, sobretudo pela duração da audiência e pelo lado arbitrário das diligências.
A imprensa chinesa afirma que o processo tardio de Qiu foi provocado porque ele passou 30 anos como fugitivo e só foi detido em julho de 2012.