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China suspende comunicação com novo governo de Taiwan

A justificativa do governo chinês é que a nova presidente da ilha optou pela abstenção de proclamar sua adesão ao princípio de "uma apenas China"


	Tsai Ing-wen: a presidente assumiu o cargo em maio, encerrando oito anos de governos do partido Kuomintang (KMT), que manteve uma política de aproximação com a China
 (Tyrone Siu / Reuters)

Tsai Ing-wen: a presidente assumiu o cargo em maio, encerrando oito anos de governos do partido Kuomintang (KMT), que manteve uma política de aproximação com a China (Tyrone Siu / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2016 às 13h12.

A China suspendeu neste sábado as comunicações com Taiwan e justificou a decisão com o fato de a nova presidente da ilha nacionalista ter optado pela abstenção de proclamar sua adesão ao princípio de "uma apenas China".

As relações entre as duas margens do estreio de Taiwan ficaram tensas desde que a presidente Tsai Ing-wen foi eleita em janeiro por grande maioria. 

A China continental, governada pelo Partido Comunista, mantinha comunicações oficiais e habituais com Taiwan desde 2014, mas agora o "mecanismo de comunicação bilateral foi suspenso", afirmou An Fengshan, porta-voz do Escritório Chinês de Assuntos de Taiwan.

Taiwan, cujo nome oficial é República da China, vive separado de fato da autoridade de Pequim desde o fim da guerra civil em 1949, mas nunca declarou de maneira oficial a independência.

Pequim, reconhecido pela comunidade internacional (com exceção de alguns países), considera a ilha como parte de seu território, à espera da reunificação.

O governo chinês recebeu com muita desconfiança a vitória de Tsai, do Partido Democrático Progressista (PDP), com posições tradicionalmente independentistas, e advertiu contra qualquer tentativa de separação.

A China indicou que medida diz respeito ao fato da nova presidente não ter reconhecido o "consenso de 1992", um acordo tácito entre funcionários chineses e o KMT que afirma que existe apenas "uma China", mas que permite a cada parte sua própria interpretação.

O antecessor de Tsai, Ma Ying-jeou, reconheceu o consenso e supervisionou um degelo sem precedentes nas relações desde 2008, até que deixou o cargo em maio.

Tsai disse que deseja manter relações pacíficas com a China, mas não mencionou em nenhum momento o consenso nem o conceito de "uma só China".

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