Banco Central da China: país vem registrando uma média anual de mais de 9,5 por cento desde que adotou reformas de mercado em 1978 (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Pequim - A China superou o Japão e tornou-se a segunda maior economia do mundo, como resultado de três décadas de crescimento acelerado.
Dependendo do ritmo de alta da taxa de câmbio, a China está no caminho para ultrapassar também os Estados Unidos e ocupar o primeiro lugar por volta de 2025, de acordo com projeções de Banco Mundial, Goldman Sachs e outros.
O país chegou perto de superar o Japão em 2009 e a informação de uma autoridade do governo de que isso foi conquistado agora não é uma surpresa.
"A China já é agora, de fato, a segunda maior economia do mundo", disse Yi Gang, chefe do órgão regulador de câmbio, nesta sexta-feira.
Deixar o Japão para trás pode dar a China o direito de vangloriar-se, mas a renda per capta chinesa, de cerca de 3.800 dólares por ano, é uma fração da japonesa ou norte-americana.
"A China ainda é um país em desenvolvimento, e devemos ter sabedoria suficiente para nos conhecermos", acrescentou Yi, quando questionado se já é hora de o iuan se tornar uma moeda internacional.
Pode ser sustentável?
Espera-se que a economia chinesa tenha crescido 11,1 por cento no primeiro semestre de 2010 na comparação com o mesmo período do ano passado, e provavelmente deve acumular expansão superior a 9 por cento no ano como um todo, de acordo com Yi.
A média anual de crescimento da China tem sido maior que 9,5 por cento desde que o país realizou reformas de mercado em 1978. Mas esse ritmo deve desacelerar com o tempo por uma questão de aritmética, segundo Yi.
Se a China puder ostentar um crescimento nesta década entre 7 e 8 por cento ao ano, ainda será uma forte performance. A questão é se o ritmo pode ser sustentado, afirmou Yi, considerando também as restrições ambientais que o país enfrenta.
Caso a China consiga manter um avanço anual entre 5 e 6 por cento ao ano na década de 2020, o país terá sustentado um rápido crescimento por 50 anos --o que, segundo Yi, seria algo sem precedentes na história.
Em um importente tema, contudo, a China ainda fica para trás: ansiosa para se proteger da volatilidade dos mercados globais, não permite que sua moeda seja livremente comercializada, a não ser para fins de comércio e investimentos estrangeiros diretos.
Yi disse que Pequim não tem um momento certo para tornar o iuan totalmente conversível. "A China é muito grande e seu desenvolvimento é desequilibrado, o que torna esse problema muito mais complicado. É difícil chegar a um consenso sobre isso", disse.
Na mesma linha, a China não tem pressa em transformar o iuan numa moeda global. "Precisamos ser modestos. Se outras pessoas escolhem o iuan como moeda de reserva, não impediremos isso se ocorrer por demanda do mercado. Porém, não nos esforçaremos para promover isso", acrescentou.
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