O porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei: "É uma importante questão de princípios que se relaciona com a unidade e integridade territorial da China'' (Frederic J. Brown/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 09h27.
Pequim - A chancelaria chinesa criticou nesta sexta-feira os Estados Unidos pelos "repugnantes" comentários de uma funcionária norte-americana a respeito da situação dos direitos humanos no Tibete, o que motivou uma queixa diplomática formal por parte de Pequim.
Maria Otero, coordenadora especial dos EUA para questões tibetanas, disse em nota na quarta-feira que tensões em áreas tibetanas da China, inclusive com casos de autoimolação de manifestantes, estão sendo exacerbadas por causa das duras políticas e controles impostos pelo governo chinês.
Usando termos excepcionalmente duros, o porta-voz da chancelaria, Hong Lei, disse que a questão do Tibete não tem nada a ver com direitos humanos, etnia ou religião.
"É uma importante questão de princípios que se relaciona com a unidade e integridade territorial da China. A China se opõe resolutamente a que qualquer país ou pessoa usando quaisquer meios interfira em assuntos internos da China", disse ele em sua conversa diária com jornalistas.
Desde 2009, 92 pessoas de etnia tibetana atearam fogo aos próprios corpos em protesto contra o domínio chinês, e pelo menos 75 delas morreram. Os casos de autoimolações cresceram neste ano, com 28 só em novembro.
Lei disse que a funcionária norte-americana errou ao não citar a "conduta divisionista antichinesa" dos seguidores do Dalai Lama, líder tibetano no exílio. "Isso está passando uma séria mensagem errada às forças divisionistas tibetanas, e é profundamente repugnante. A China está extremamente insatisfeita com isso e se opõe resolutamente a isso. Já fizemos representações solenes junto ao lado dos EUA." (Reportagem de Ben Blanchard)