Guerra tarifária: China contra-ataca com novas tarifas aos EUA (Mikhail Svetlov/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 11 de abril de 2025 às 06h25.
Última atualização em 11 de abril de 2025 às 08h27.
A guerra comercial iniciada pelas mudanças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou um novo capítulo. A China, taxada pelo governo americano por soma de 145%, respondeu na madrugada desta sexta-feira, 11, com tarifas recíprocas sobre os EUA de 125%. A nova tarifa entrará em vigor no sábado, 12.
As duas maiores economias do mundo seguem na disputa para definir as novas contrapartidas comerciais — e o governo de Pequim repetiu que não irá recurar na guerra tarifária.
"A imposição por parte dos Estados Unidos de tarifas anormalmente elevadas contra a China viola gravemente as normas comerciais internacionais, as leis econômicas básicas e o bom senso", afirmou a Comissão Tarifária do Conselho de Estado de Pequim em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.
Até a última quinta-feira, 10, a gigante asiática havia posto em vigor tarifas adicionais de 84% em resposta à tarifa extra de 50% imposta por Trump. As exportações chinesas já enfrentam tarifas pesadas, tanto das ações tomadas durante a administração do presidente republicano quanto das sanções aplicadas pela administração Biden.
Além das tarifas, a China tem contra-atacado as iniciativas do governo Trump em outras esferas comerciais entre as duas nações. Incluiu seis empresas americanas na lista de entidades não confiáveis e 12 na lista de controle de exportações. A administração cinematográfica do país asiático também anunciou que vai diminuir "moderadamente" o número de filmes dos Estados Unidos que são importados para lá.
“A ação equivocada do governo dos EUA ao impor tarifas abusivas sobre a China inevitavelmente reduzirá ainda mais a preferência do público doméstico pelos filmes americanos", informou o comunicado do governo chinês.
Na última quinta-feira, o Ministério de Finanças da China também informou que a imposição de tarifas dos EUA "anormalmente alta" foi apresentada como uma queixa adicional na Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Em 10 de abril, os EUA emitiram uma ordem executiva anunciando um novo aumento das chamadas 'tarifas recíprocas' sobre produtos chineses. A China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA," disse o comunicado da missão chinesa.
Enquanto analistas avaliam as repercussões dessa escalada no comércio global, muitos investidores buscam estratégias de proteção em meio ao cenário de incerteza. A preocupação é que a contínua guerra comercial entre os EUA e a China prejudique ainda mais o crescimento econômico global, o que poderia levar a uma desaceleração mais acentuada no segundo semestre de 2025.
(Com AFP)