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China relata "terrível" situação de direitos humanos nos EUA

O relatório foi elaborado em resposta ao documento anual sobre a situação mundial dos direitos humanos divulgado ontem pelos EUA, no qual a China é criticada


	Racismo: o dossiê chinês também diz que a "relações entre raças" (negros e latinos) nos EUA estão em sua pior situação em 20 anos e que a lei e a justiça são "fortemente afetadas" pela discriminação racial
 (REUTERS/Rick Wilking)

Racismo: o dossiê chinês também diz que a "relações entre raças" (negros e latinos) nos EUA estão em sua pior situação em 20 anos e que a lei e a justiça são "fortemente afetadas" pela discriminação racial (REUTERS/Rick Wilking)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2016 às 09h46.

Pequim - A China apresentou nesta quinta-feira um relatório sobre a "terrível" situação dos direitos humanos nos Estados Unidos, no qual denuncia falta de liberdade de informação, de direitos políticos e de respeito às minorias raciais.

Segundo informou a agência governamental "Xinhua", o relatório foi elaborado em resposta ao documento anual sobre a situação mundial dos direitos humanos divulgado ontem pelo Departamento de Estado americano, no qual a situação na China é criticada.

O relatório chinês sobre as liberdades nos EUA assegura que o direito à informação é "dificultado" pelo governo, os direitos eleitorais dos cidadãos "estão mais limitados" e os direitos políticos não são "protegidos com efetividade".

Além disso, o documento afirma que a "política do dinheiro" e a "política do clã" vão "de mal a pior" no país, onde "poucas famílias e grupos de interesse na penumbra" podem doar quantidades ilimitadas de dinheiro para influenciar a política.

O dossiê chinês também diz que a "relações entre raças" - menciona especialmente a situação de negros e latinos - nos EUA estão em sua pior situação em 20 anos e que a lei e a justiça são "fortemente afetadas" pela discriminação racial.

Outro tema tratado pelo relatório é o dos métodos de interrogatório e detenção da CIA, nos quais se usam técnicas "brutais" como agressões físicas e psicológicas, embora não seja mencionado o termo "tortura".

Por outro lado, o relatório assegura que o "direito à vida" dos cidadãos americanos não pode ser garantido por causa da proliferação e uso de armas de fogo, além de denunciar os abusos e mortes pela Polícia e os tiroteios em escolas.

Além de apresentar este relatório, Pequim respondeu às criticas contidas no relatório do Departamento de Estado americano sobre direitos humanos.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, se referiu às críticas sobre a liberdade política em Hong Kong contidas no relatório de Washington e afirmou que os hongkoneses "desfrutam de sua liberdade", algo impossível de negar por quem se guia por parâmetros "objetivos".

Kang disse que ninguém que se preocupa "realmente" com o assunto dos direitos humanos pode negar que tenham havido grandes melhoras neste âmbito na China, embora tenha lamentado que em seus sucessivos relatórios os EUA não levem em conta estes progressos e só se dediquem a fazer "comentários irresponsáveis".

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