Prédio danificado após explosões em Guangxi: polícia descartou rapidamente que sejam atos terroristas e disse na quarta-feira que está tratando as explosões como um caso criminal (Reuters / Stringer)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 11h48.
Uma nova explosão ocorreu nesta quinta-feira em uma pequena cidade do sul da China, na qual 17 detonações de pacotes-bomba deixaram na véspera ao menos 7 mortos e 50 feridos, indicaram meios de comunicação oficiais.
A explosão ocorreu no início da manhã em um edifício residencial do distrito rural de Liucheng, na região de Guangxi, fronteiriça com o Vietnã, indicou a agência Xinhua. Até o momento não há o registro de feridos.
A torre de seis andares, situada perto do escritório da administração local de estradas na capital distrital, sofreu danos significativos, segundo vários meios de comunicação oficiais, que informavam sobre "tijolos quebrados" lançados pela explosão e espalhados pelos arredores do imóvel.
"Até o momento não foi apontado nenhum ferido", indicou a CRI, a rádio nacional chinesa, e citava um morador do imóvel que levantou da cama e "teve a impressão de viver um terremoto".
A polícia descartou rapidamente que sejam atos terroristas e disse na quarta-feira que está tratando as explosões como um caso criminal.
A detonação desta quinta-feira ocorreu após 17 explosões registradas na tarde de quarta-feira em ao menos 13 lugares públicos de Liucheng, provocadas segundo a polícia por material explosivo escondido em pacotes de empresas de correios.
Os atentados, dirigidos contra um hospital, um centro comercial, uma estação de trem, um mercado, escritórios do governo local e uma prisão, entre outros, deixaram ao menos sete mortos, 51 feridos e dois desaparecidos, segundo um balaço fornecido na noite de quarta-feira.
A imprensa local apontou que os escritórios dos correios da zona aumentaram as medidas de segurança e suspenderam as entregas de pacotes até sábado.
As fotos divulgadas pelos meios de comunicação e nas redes sociais mostram a violência das explosões e apresentam imóveis de seis andares com as fachadas danificadas, carros virados, ruas repletas de escombros e pessoas ensanguentadas em macas, em meio a nuvens de poeira cinza.
A polícia local, citada pelos meios de comunicação oficiais, anunciou a detenção de um residente do distrito, de 33 anos, como suposto autor das explosões, embora não tenha se pronunciado sobre suas possíveis motivações.
A Xinhua indicou nesta quinta-feira que a polícia está investigando para saber se o suspeito, identificado como Wei, "pagou outras pessoas para que entregassem os pacotes-bomba".
As explosões ocorreram na véspera da festa nacional de 1º de outubro, que marca o início de uma semana de férias nas administrações e na maioria das empresas.
Embora fosse difícil até o momento obter mais detalhes, as explosões de Liucheng lembravam vários casos de ataques cometidos nos últimos anos contra edifícios oficiais por parte de cidadãos que consideravam estar prejudicados pelas administrações ou pelo governo, como represália ou com o objetivo de chamar a atenção para seus casos.
Em 2013, um homem detonou vários artefatos caseiros em Shaanxi (norte) que deixaram um morto e oito feridos diante da sede do Partido Comunista da capital provincial. Após sua detenção, a agência Xinhua indicou que "queria se vingar da sociedade".
O distrito de Liucheng, com 400.000 habitantes, encontra-se na região de Guangxi, uma das mais pobres da China e majoritariamente rural.