São Paulo - O governo chinês lançou um novo conjunto de orientações alimentares que, se seguidas, têm o potencial de reduzir consideravelmente o consumo global de carne naquele país e, segundo ambientalistas, gerar efeitos positivos para o meio ambiente.
O Ministério da Saúde chinês aconselha que os cidadãos limitem a ingestão mínima de carne a 40 gramas por dia, 10 gramas a menos que sugerido na edição anterior do guia alimentar, de 2007.
Os limites máximos não mudaram. Os dois guias recomendam consumo máximo de proteína animal de 75 gramas por dia. Ao todo, ambas as orientações sugerem limitar a ingestão de carne, aves, peixe, ovos e produtos lácteos a 200 gramas por dia. Atualmente, o consumo chinês desses propdutos está na casa de 300 gramas por dia, bem acima do recomendável.
As novas diretrizes foram desenvolvidas pela Sociedade de Nutrição chinesa com o objetivo de reduzir as taxas de obesidade entre os seus cidadãos. Mas além do benefício para a saúde, se as reduções ocorrerem de fato, o meio ambiente também vai lucrar.
Reduzir o consumo de proteína animal em 10 gramas pode não parecer muito, especialmente porque os limites máximos recomendados não mudaram, mas se todos os chineses (1,3 bilhão de pessoas) seguirem as orientações, seria possível alcançar uma redução de 1,5% das emissões globais de gases efeito estufa, vilões do aquecimento global, segundo estimativas da WildAid, instituição que protege animais silvestres ao redor do planeta.
Conforme destaca o jornal americano Washington Post, a agropecuária é um dos principais contribuintes para as emissões globais de gases de efeito estufa - principalmente na forma de metano e óxido nitroso. O jornal americano também destaca que a criação de gado, em particular, é conhecido por ser um dos principais contribuintes para o desmatamento, o que também eleva as emissões globais de carbono.
Recentemente, dois estudos - um do thinkthank britânico Chatham House e outro publicado na PNAS, a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos - sugeriram que o nível atual de consumo de carne não é sustentável devido ao seu enorme impacto sobre a saúde da sociedade e do meio ambiente.
No mês passado, o Conselho de Ética da Dinamarca recomendou ao governo a criação de um imposto sobre o consumo da carne devido a sua grande pegada de carbono. Segundo o grupo, sem diminuir o consumo de carne, seria impossível atingir a meta do acordo climático de Paris, que busca limitar em 2ºC o aumento da temperatura global até 2100, a fim de se evitar os piores efeitos das mundanças climáticas.
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1. Você tem fome de quê?
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São Paulo - As razões para alguém deixar de comer carne são diversas. Elas podem ter base em questões éticas, mercadológicas, religiosas, ambientais, espirituais ou, ainda, de saúde. Independentemente da motivação, a adoção de uma dieta baseada no consumo de alimentos de origem vegetal (seja ela com ou sem uso de laticínios e ovos) gera resultados curiosos — e até mesmo supreendentes. Pesquisas científicas já associaram a dieta sem nehum tipo de carne à vida longa, bom humor e até mesmo ao odor corporal mais agradável. Clique nas imagens e confira >>
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2. Coração saudável
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Uma
revisão científica recente, baseada em sete estudos clínicos e 32 outras pesquisas publicadas entre 1900 e 2013, mostrou que pessoas que não comem carne têm pressão arterial mais baixa em comparação com as pessoas que comem carne. Segundo a pesquisa, publicada em 2014 no JAMA Internal Medicine, revista da Associação Médica Americana, as dietas vegetarianas também podem ser usadas para reduzir a pressão arterial entre pessoas que precisam da intervenção.
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3. Bom humor
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A dieta baseada em vegetais também está associada ao bom humor. Um
estudo de 2012 dividiu os participantes em três dietas diferentes pelo mesmo período de tempo: todo tipo de carne permitida, apenas peixes, e nenhuma carne permitida. Os pesquisadores descobriram que depois de duas semanas, as pessoas na dieta vegetariana relataram mais melhorias no nivel de humor do que aquelas nas outras duas dietas.
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4. Cheiro bom
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Um
estudo de 2006 comparou o odor de um grupo de homens que comiam carne (principalmente vermelha) com o de um grupo de vegetarianos. Acredite, as mulheres, que eram as juízas neste estudo particular, consideraram o suor dos vegetarianos mais atraente em vários níveis. Claro, há outros fatores que podem influenciar. A dieta dos vegetarianos era mais saudável de forma geral, com menor ingestão de alimentos processados, que podem estimular odores menos agradáveis.
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5. Vida longa
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Segundo os cientistas, os adeptos de uma dieta sem carne seriam menos propensos a morrer de doenças crônicas de forma geral. Um
estudo da Loma Linda University na Califórnia, EUA, com mais de 70.000 participantes, sugeriu, por exemplo, que os vegetarianos vivem mais tempo que os consumidores de carne. Os pesquisadores monitoraram os participantes por um período de seis anos, durante o qual ocorreram 2.570 mortes. Na totalidade dos vegetarianos, a mortalidade por todas as causas foi 12% inferior, quando comparada com os não-vegetarianos.
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6. Impacto ambiental
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Devido ao uso da terra, alimentos, energia e água, cientistas ambientais sugerem que pessoas que comem carne têm um impacto significativamente maior para o ambiente em comparação com os vegetarianos. Segundo relatório do
Instituto Internacional de Água de Estocolmo, a dieta vegetariana consome de cinco a dez vezes menos água que a de proteína animal – que hoje demanda um terço das terras aráveis do mundo só para o cultivo de colheitas para alimentar os animais.
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7. Mas a carne, às vezes, fraqueja..
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Mudar de hábitos à mesa nem sempre é fácil. De acordo um
relatório do Conselho de Pesquisa Humana (HRC), após um ano de dieta, a maioria (84%) dos novos vegetarianos ou vegans ( que não consomem nada de origem animal) voltam a comer carne.