Nova noite de bombardeios israelenses em Gaza; quase 200 mortos em uma semana. (Adel ZAANOUN/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2021 às 07h06.
Última atualização em 17 de maio de 2021 às 07h43.
A China se ofereceu para mediar uma negociação de paz entre Israel e Palestina num momento em que os confrontos entram na segunda semana. O exército israelense voltou a bombardear Gaza na madrugada desta segunda-feira (17). Em uma semana, quase 200 mortes foram confirmadas.
Durante uma reunião virtual de 15 membros Conselho de Segurança das Nações Unidas no domingo, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, pediu novamente um cessar-fogo imediato entre os dois lados e que Israel levante o bloqueio e cerco a Gaza o mais rápido possível.
Ele também pediu aos EUA que parem de “obstruir” o conselho na tomada de medidas sobre o conflito e apoiem seus esforços para aliviar as tensões e encontrar uma solução política. A China assumiu a presidência rotativa do conselho no início de maio.
“Continuaremos a aumentar nossos esforços para pedir paz e promover negociações e cumprir nossas responsabilidades como presidente do Conselho de Segurança”, disse Wang. “Reafirmamos o nosso convite aos pacificadores da Palestina e de Israel para virem à China para abrir o diálogo e damos as boas-vindas aos negociadores de ambos os lados para se envolverem em conversações diretas na China.”
Wang disse que as negociações deveriam ser retomadas para uma solução de dois estados que incluiria o estabelecimento antecipado de um estado palestino independente, baseado na fronteira de 1967 com a contestada Jerusalém Oriental como sua capital, que coexistiria com o estado de Israel.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, teve uma série de conversas por telefone com figuras influentes no Oriente Médio neste domingo (16), em uma tentativa de apaziguar os confrontos mortais entre Israel e os palestinos.
Blinken, que se dirigia à Dinamarca para dar início a uma semana de diplomacia com foco no Ártico, falou por telefone com autoridades do Catar, Arábia Saudita, Egito e França.
Depois do Irã, o Catar é considerado o país com maior influência no grupo islâmico palestino Hamas, que governa Gaza.
"O secretário reiterou seu apelo para que todas as partes reduzam as tensões e acabem com a violência, que custou a vida de civis israelenses e palestinos, incluindo crianças", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
Na madrugada de domingo para segunda-feira, a aviação israelenses efetuou dezenas de bombardeios em poucos minutos, provocando cortes de energia elétrica.
Centenas de edifícios foram destruídos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, que ainda não divulgaram um balanço de vítimas.
O exército israelense informou em um comunicado que atacou noves casas que pertencem a comandantes do Hamas, incluindo algumas que eram utilizadas para "armazenar armas".
"Nunca aconteceram bombardeios deste calibre", afirmou Mad Abed Rabbo, de 39 anos, que mora na zona oeste da cidade de Gaza e disse que tem o sentimento de "horror, medo".
"Eu tive a sensação de morrer", declarou Mani Qazaat, outro morador da região.
Os bombardeios aconteceram depois que 42 palestinos, incluindo oito menores de idade e dois médicos, morreram no domingo no território governado pelo Hamas, segundo o ministério da Saúde local.
Desde 10 de maio, quando teve início a espiral de violência, ao menos 197 palestinos morreram, incluindo 58 menores de idade, e mais de 1.200 ficaram feridos.
Do lado de Israel, 10 pessoas morreram, incluindo uma criança, e 294 ficaram nos ataques de foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza.
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