Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, durante uma palestra em Hamburgo, na Alemanha (Daniel Bockwoldt/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2016 às 08h55.
Pequim, 12 mar (EFE).- O governo da China protestou neste sábado pela participação do Dalai Lama em um evento junto a outros agraciados com o Nobel da Paz realizado ontem em Genebra, na Suíça, à margem de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, manifestou o "forte descontentamento" de Pequim pelo convite ao líder tibetano para essa atividade, que esteve presidida pela vice-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, em declarações citadas pela agência oficial "Xinhua".
Hong condenou que os Estados Unidos, que promoveram a conferência ao lado do Canadá, insistissem em convidar o Dalai Lama apesar da oposição chinesa e acusou a ONU de violar suas próprias resoluções ao permitir que a vice-alta comissária conduzisse essa reunião.
O porta-voz do Ministério chinês também disse que não corresponde ao Dalai Lama, que é acusado pela China de separatismo, falar sobre direitos humanos.
A China, segundo o porta-voz oficial, se opõe a que o líder espiritual dos tibetanos visite qualquer país e tenha contato "de qualquer forma" com funcionários estrangeiros.
Além disso, Hong pediu aos países que organizaram a atividade que deixem de "interferir" nos assuntos domésticos da China e que realizem ações para desenvolver suas relações bilaterais com o país asiático.
Ao participar do evento em Genebra, o Dalai Lama, que vive exilado na Índia desde 1959, denunciou a violação constante dos direitos humanos e se mostrou convencido de que ainda há tempo para a humanidade acabar com as guerras antes do fim deste século se empreender ações específicas que tragam a paz. EFE