Polícia chinesa em Xinjiang: nos últimos 2 anos, centenas de pessoas foram mortas em Xinjiang (Goh Chai Hin/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2015 às 17h14.
Xangai - A polícia em Xangai prendeu 10 pessoas de nacionalidade turca, suspeitas de fornecer passaportes falsos a uighures da região chinesa de Xinjiang, no oeste do país, que foram descritas pela mídia estatal como suspostos terroristas.
Nos últimos dois anos, centenas de pessoas foram mortas em Xinjiang, rica em recursos e estrategicamente localizada na fronteira da Ásia Central, devido à violência entre muçulmanos uighures e a etnia majoritária chinesa han.
Outras 11 pessoas, incluindo nove “suspeitos de terrorismo” de Xinjiang, também foram detidas em novembro quando tentavam deixar a China depois de pagarem o equivalente a 9.700 dólares por passaportes turcos alterados, relatou o jornal estatal Global Times.
O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Hong Lei, não deu mais detalhes sobre o caso, mas disse em entrevista nesta quarta-feira que a reportagem estava “extremamente precisa”.
"A luta contra a imigração ilegal é um desejo comum da comunidade internacional e é a posição consistente do governo chinês, e é o que ele prega. Estamos dispostos a cooperar de forma próxima à comunidade internacional sobre esse tema", afirmou.
Em Ancara, uma autoridade do Ministério do Exterior declarou à Reuters que 10 cidadãos turcos, sendo oito homens e duas mulheres, foram detidos em Xangai em 17 de novembro sob alegações de facilitar a passagem ilegal de pessoas para o exterior.
Eles estão presos em Xangai e os procedimentos judiciais só devem começar no fim de fevereiro, disse a autoridade.
O jornal chinês afirmou que materiais de vídeo e áudio relacionados a terrorismo foram encontrados com os suspeitos, e que alguns estavam a caminho de Síria, Afeganistão e Paquistão.
Em outubro, a Malásia prendeu 155 uighures em Kuala Lumpur com passaportes turcos, supostamente falsificados.
Em outro desdobramento, autoridades de Xinjiang anunciaram que as pessoas que comprarem fogos de artifício para o Ano-Novo chinês terão de se registrar, apresentando o documento de identidade, disse um jornal nesta terça-feira.
A medida seria para evitar que extremistas obtenham material para explosivos.
Militantes islâmicos de Xinjiang têm sido acusados pelo governo por ataques na China, incluindo Pequim.