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China pede que empresas de alimentos elevem os estoques

Medida é tomada diante de uma possível segunda onda de contaminação do novo coronavírus

Mulher faz compras em um supermercado de Pequim (Fred Lee/Getty Images)

Mulher faz compras em um supermercado de Pequim (Fred Lee/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 17 de maio de 2020 às 13h27.

A China pediu que empresas de comércio e processadoras de alimentos aumentem os estoques de grãos e oleaginosas diante de uma possível segunda onda do coronavírus e o agravamento das taxas de infecção em outros lugares levantam preocupações sobre as linhas de suprimento globais.

Negociadores estatais e privados de grãos, assim como produtores de alimentos, foram orientados a adquirir maiores volumes de soja, óleo de soja e milho durante conversas com o Ministério do Comércio da China nos últimos dias, disseram três fontes comerciais.

"Existe possibilidade de um colapso no fornecimento devido às infecções por coronavírus. Por exemplo, um porto de origem ou destino pode fechar", disse um trader sênior de um dos maiores processadores de alimentos da China, que conversou na semana passada com autoridades para discutir compras.

"Eles nos aconselharam a aumentar os estoques, manter os suprimentos mais altos do que normalmente temos. As coisas não parecem bem no Brasil", acrescentou, referindo-se ao principal fornecedor de soja da China e importante exportador de carne, cujo número de casos da Covid-19 superou os de Espanha e Itália.

Uma segunda fonte na China informada por uma pessoa que participou de uma das reuniões disse que o Ministério do Comércio da China se reuniu com algumas estatais na terça-feira para discutir como garantir suprimentos durante a pandemia.

"Uma das principais preocupações é como a epidemia na América do Sul pode impactar o fornecimento (de feijão) para a China", afirmou a fonte.

O Ministério do Comércio da China não respondeu a um pedido de comentário sobre planos para aumentar estoques de alimentos.

Os embarques brasileiros de soja foram adiados ​​em março e abril devido a uma combinação de fortes chuvas e mão de obra reduzida à medida que entraram em vigor regras de contenção por causa do coronavírus, levando a uma queda nos estoques chineses de soja para baixas recordes.

As chegadas do Brasil desde então se recuperaram, mas autoridades continuam cautelosas com novas interrupções.

Nas últimas semanas, o conglomerado agrícola estatal chinês COFCO e o distribuidor de grãos Sinograin aumentaram as compras de soja e milho nos EUA. Pequim também aumentou suas alocações de cotas de importação para os principais compradores de grãos, abrindo caminho para novas compras em potencial.

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